terça-feira, 10 de setembro de 2024

Em companhia de Eric Chou

Já é a terceira ou quarta vez que repito a playlist do Eric Chou, mas meu notebook insiste em simplesmente parar de tocar. No entanto, eu simplesmente preciso da boa dose de melancolia romântica que ele tem a oferecer. É impressionante como todas as faixas soam como uma surpresa, uma batida na porta num dia de chuva ou um esbarrão na calçada, também em dia de chuva, e o encontro de olhares entre duas pessoas, daqueles olhares que prometem mudar toda a vida. Daqueles olhares que fazem aquele fio vermelho do amor se apertar ainda mais, impedindo que as almas se afastem.

A voz dele não chega a ser doce, mas é calma, límpida, e transmite calma ao mesmo tempo que traz consigo a intensidade do amor, e geralmente do único amor que vale a pena ser vivido, do amor que faz o eixo gravitacional de duas pessoas convergirem: a partir daquele instante nada mais importa: apenas o que sentem um pelo outro.

As imagens dele geralmente remente a ambiente domésticos. É só fechar os olhos e imaginas aquelas cenas: duas canecas fumegantes de café sobre a mesa no café da manhã, um abraço acolhedor, um carinho, um beijo de intimidade... É um ambiente confortável, e ele nos abraça com sua intensidade, com esse carinho, com esse otimismo apaixonado que nos obriga a crer no amor, mesmo que, na vida real, eles nos pareça tão distante.

Distância...

Sinto que cada vez mais estamos os distanciando. Pelos muitos compromissos, prazos, cansaço, mas também algo mais, uma mudança no eixo de atenção, algo que nos faz refletir e mudar aquilo que sentimos, que queremos e aquilo que desejamos.

Sinto, portanto, o aproximar-se do fim, por uma escolha livre, que me fará ter de recomeçar, se ainda me restarem forças. O fim parece inevitável para nós se não decidirmos colocar nosso amor em evidência, sem prejuízo das demais áreas da vida. Mas acho que esse amor, esse amor a que me refiro e não o amor que sente por mim, de formas diferentes, não pode mudar. Estaremos sempre em páginas diferentes, esperando coisas diferentes e, então, seguindo caminhos diferentes. Seu silêncio, cada vez maior, é prova disso. 

Talvez Eric Chou me console um pouco...

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