sábado, 3 de setembro de 2016

Extinção

Com o perdão de toda breguice desse mundo eu já quero deixar claro que vai ser o post mais piegas e sem nexo desse blog, superando até mesmo a transcrição do roteiro da dublagem de NGE que fiz meses atrás. Paciência. Primeiramente os erros podem ser muitos também devido a enorme quantidade de lágrimas que insistem em ficar caido do meu rosto. Felizmente eu consegui segurá-las por tempo suficiente pra não ter de passar por nenhuma situação constrangedora na rua, mas acho q mesmo não tendo chorado, minha expressão tenha me denunciado.

Então, sem mais delongas vamos ao enterro?

Acredito ter chegado agora no ponto mais alto da minha imbelicidade humana, se era sofrimento que eu procurava, o destino não me poupou em absolutamente nada. Muito pelo contrário, me mostrou toda sua frieza com requintes de crueldade, com direito a surpresinha no ato final e tudo mais. As vezes penso que o destino me vê como o personagem de uma ópera dramática, onde até mesmo antes da última apoteose, ainda á espaço para reviravoltas na trama.

Tudo o que consigou ouvir e sentir nesse momento é o desespero de uma marcha militar. Soldados se preparando para uma guerra e eu sei quem é seu inimigo: sou eu! Um grande número de homens se prepara pra dar cabo de minha existência. E eu, fágil, nada mais posso fazer do que receber de frente os golpes certeiros de meus inimigos.

Ainda hoje eu ouvi de alguém que a vida sempre busca nos surpreender, de uma forma ou de outra, seja com algo bom ou ruim. Não posso dizer no entanto que o resultado atual tenha sido uma grande surpresa, na verdade houve uma troca de fatores, mas que de nenhuma forma alteraram o produto. Uma descoberta devastadora que já vinha se anunciando há um bom tempo e que agora se concretizou da forma mais cruel e brutal que se possa imaginar. Uma descoberta que me pegou de surpresa e que, confirmando palpites disparou contra o meu coração centencas de meteoros incandescentes e que me jogaram para longe, como uma pluma que é levada pelo vento para onde onde ele o queira. Essa pluma pode então ser deixada num belo e perfumado jardim ou num pântano desolado.

Creio que o vento tenha me deixado então nesse pântano, jogado à lama, abandonado e ferido, sem perspectivas de melhora.

O dia foi longo, problemas com um acidente de carro envolvendo minha familia e agora, no findar do dia, quando tudo parecia perdido, a mais terrível e devastadora de todas as notícias. Aquela resposável por abalar meus sentidos e por me fazer perder o chão. O que senti no momento? Pânico, ódio, desespero, tristeza, decepção, uma vontade de querer desaparecer e sumir, uma ânsia de sair a correr sem destino até que meus pulmões explodissem e eu morresse sufocado com me próprio sangue.

Interessante essa analogia, de me engasgar com algo de meu próprio corpo, afinal, o sofrimento que agora me aflinge não é justamente causado por uma tosca invenção de minha mente que se ocupou em procurar problemas onde não tinha e agora insiste em desesperar-se por não saber como resolver.

Criei em minha mente um colorido de fantasias, onde minhas palavras tem poder e onde meus sonhos se tornam realidade. No entanto, essa dimensão mostrou-se ser uma frágil constituição. Frágil pois é abalada pelo mais simples dos tremores e que cai por terra tudo aquilo que outrora fora contruido. Mas ora, se sua constituição é frágil, sua destruição é de proporções grandiosas, visto que a reconstrução é bem mais trabalhosa do que a primeira construção.

Minha mente criou esse problema, mas não é capaz de resolve-lo sozinha. E agora, por isso, me encontro em sofrimento, por não conseguir adquirir perspectiva nenhuma e logo, não conseguir traçar uma linha de ações que contemple as necessidades de meu problema. Decidi então me afastar de algumas pessoas, pois assim penso que conseguirei adquirir essa perspectiva. Decidi que preciso de um tempo pra organizar minhas próprias ideias, tentar reduzir ao máximo o grande fluxo de pensamentos que me acorrem. Meu coração se aperta, as pausas entre um parágrafo e outro se tornam longas devido o tempo que preciso pra me recompor entre as tomadas subitas de desespero que me impedem de respirar corretamente. Não sei se conseguirei chegar ao final dessa noite com vida, ou na melhor das hipóteses, com algum resquicio de sanidade mental.

A tristeza me pressiona. O medo me enrijece. O pânico decidiu se aliar ao ódio e a maquinas as mais terríveis realidade. Não quero porém dar corda a esse meu lado, visto que, de sofrimento e dor eu já vivi mais do que gostaria. Não creio ser capaz de suportar mais. Minhas costas já doem, meu coração palpita lentamente enquanto se prepara pra sua derradeira batida, a última, e meu cérebro? Esse se encontra nadando num oceano de melacolia e torpor. Posso sentir nesse exato momento o meu sangue se tranformar naquele veneno mortal, mas que por correr somente em minhas veias, acaba por matar lenta e dolorosamente somente a mim,

Me pergunto porque permiti que tal situação chegasse a esse limite, pois digo novamente que, se era sofrimento que eu queria, acho que o consegui, pois penso que nem a dor do término de meu namoro tenha sido tão brutal quanto esta. E tudo o que fiz foi amar. Apenas isso. E o que recebi em troca? Exatamente. Troca. Não que alguém tenha sido rude ou grosseiro comigo ao fazer isso, muito pelo contrário, mas que alguém justamente por pensar em mim acabou me poupado de tão tenebrosa noticia, mas uma hora ela deveria ser dita, e eu deveria estra preparado para isso. Agora, da mesma forma como as agulhas escarlates acertam cada ponto vital do adversário, tirando-lhe o controle sob os sentidos através de uma dor quase insuportável, assim também meu corpo, minh'alma e meu coração se debruçam de dor e desespero, enquanto aguardam por Antares, o golpe final, que acabará com minha vida e com o meu sofrimento.

É um problema ciclico. Eu o causei e eu preciso resolvê-lo, trata-se de um sentimento que criei dentro de mim, o projetei no exterior e agora, quando me dei conta de meu erro, passou a doer. Mas como disse, é um problema meu, de dentro da minha cabeça, não envolve nenhuma outra pessoa. Só eu tenho poder pra resolver isso. Só eu tenho poder pra mudar essa situação.

Mas isso é algo quase impossível de fazer pois, por mais que eu saiba a verdade, ela é dolorosa demais pra que eu consiga assumi-la sozinho. Estou então num beco sem saida, acoado por meus próprios medos e desesperos, sem lugar pra onde ir e nem possibilidade de fuga, a verdade é apenas uma: a morte. Único destino inevitável a todos nós. Mas que parece não vir a da mesma forma a todos, mas em alguns casos, se mostra prazeroso em acabar com a vida e as alegrias das formas mais surpreendente possível.

Meus amigos tentam me animar, no entanto, embora suas tentativas sejam louváveis, não consigo compreender de fato as coisas que eles me dizem. Ora, se sou mesmo alguém tão importante assim, porque consigo apenas o carinho de pessoas que nada, ou quase nada, significam pra mim? Porque então aqueles que amam de verdade sempre acabam por me abandonar, sempre por me largarem ou trocarem. De fato, minhas presença só deve ser bem vista no momento de realizar aquelas atividades que ninguém mais gostaria de fazer e dessa forma, nos outros momentos, tudo o que me restou foi a aquela importância seletiva, que só aparece em dados momentos e que não siginifica nada de verdade pra ninguém.

Triste notar então que, mesmo em meio a multidão, me encontro sozinho, vazio e solitário, preso num mundo de mentiras e ilusões que agora despenca a minha frente como uma extinção estelar. E assim é como me sinto, fisica e emocionalmente: extinto. Como se o meu corpo tivesse se tordo apenas uma casca vazia e minha mente pairasse a milhares de anos luz daqui onde, lamentavelmente, serei obrigado a contemplar o destino que tanto temia e que tanto tentei evitar.

Mas uma então das surpresas do destino, que adorando brincar com minha vida, dessa vez reservou para mim um futuro cruel e cortante, como as amarras frias da morte que conduzem minha alma para o abismo onde não terá fim. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário