domingo, 30 de setembro de 2018

Amor ou morte

Um momento marcante, deveras doloroso, é bem verdade, mas ainda assim marcante. De frente a janela que se abre para a rua eu sinto a brisa fria em meu rosto, e com ela o cheiro doce da terra molhada de algum lugar próximo, onde a chuva já chegou. Além desse aroma, que particularmente amo, vem também uma onda de esperança, que estranhamente me possui, mesclando-se com o pessimismo realista que até poucos momentos atrás me possuía.

Combinando com a atmosfera que mistura chuva e romance, o Jazz que é perfeito simbolo de ambos me embala, me faz pensar, fechar os olhos e viajar. 

Sabe, mesmo com toda a dor que me vem quando penso que, nesse exato momento, o homem que amo deve estar pensando em outra, eu ainda consigo sentir uma pontinha de esperança. Não sei dizer se isso é algo psicótico, ou se realmente é um sinal de que há para mim alguma chance de ser feliz, mas é fato que estou agora entre a esperança e a desilusão. Entre o sonho de ser feliz e a certeza de que nunca o serei. 

É uma forma um tanto quanto doentia, eu bem sei disso, mas o que fazer, quando a única forma que tenho de ver o mundo é dessa minha maneira psicótica? 

Será que nesse momento ele também se conforta com a brisa fria da chuva que se anuncia? Será que ela lhe traz também lembranças lindas e dolorosas de sua amada? Será que em algum lugar ali fora alguém pensa em mim enquanto penso em outro? 

Bom, a essa altura tudo o que podia dizer já foi dito. Não me restam mais palavras, e nem forças pra lutar, só me resta ficar aqui, de frente a janela que se abre para a rua, e esperar o meu amor chegar, ou a morte chegar. 

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