sábado, 1 de setembro de 2018

Querer e não querer

É uma ironia estranha, quem eu quero nunca vai me querer, e quem me queria agora já não me quer mais. É com uma risada macabra que penso sobre essa constatação, como uma das verdades mais frias da minha vida. 

Acho que fui chutado mais uma vez. Não sei precisar ao certo se essa foi a terceira ou quarta vez que me pedem um tempo, um espaço, ou que me dizem que devemos ser apenas amigos. Sendo sincero, nada da minha filosofia me ajuda a encontrar uma posição aceitável frente a isso. 

Deveria ir atrás? Mostrar o quanto ele é importante pra mim? Mas isso só causaria mais confusão, e mais dor de cabeça, afinal eu não posso reclamar da indecisão dele quando meu coração também se encontra não dividido, mas indeciso quanto ao que é certo e melhor pra cada um de nós.

Talvez o certo seja um ponto final. E assim livres seguiremos cada um uma jornada de autoconhecimento que possa esclarecer nossas mentes distorcidas. Enfim, admito que também me falta disposição para correr atrás. Meu corpo, e principalmente minha cabeça, não tem mais forças pra isso, já é um esforço tremendo lutar contra os fantasmas que diariamente tentam me seduzir para abraçar os tentáculos gelados da morte. Não há força pra mais nada, o pouco que resta eu uso na investigação filosófica, na esperança de manter alguma ligação, por mais ínfima que seja, com a realidade, na tentativa de não enlouquecer de vez e ir parar no hospício que já há muito me aguarda. 

Por conta disso a tarde de hoje foi marcada por dores efervescentes, filhas da crise de ansiedade que me abduziu completamente. Estão se tornando cada vez mais incapacitantes... Isso me preocupa, e acho que eu devia ir ver logo um médico (de novo).

Foi difícil lidar com uma presença durante o dia. Eu, poucos metros distante dele, desejando sua presença próxima a mim mais do que qualquer coisa. Meu corpo gemia e clamava, mas eu me silenciei, e tentei dormir, muito embora as dores me impedissem de dormir e de me mexer, me deixando num estado de letargia quase total, onde eu não me movia um centímetro sequer, mas minha mente se movia a uma velocidade assombrosa. Querer e não querer, com a mesma intensidade, é de enlouquecer...

O resultado? Estou absolutamente exausto! E ainda faltam metade das atividades do fim de semana, e meu coração já pede por descanso, já clama por repouso. Toda essa situação me deixa cansado, e a fadiga já está me cobrando uma taxa, uma taxa alta demais...

Mas o que fazer, quando a sua presença é pra mim um desejo e uma tortura? A sua presença me fere, ao mesmo tempo em que me cura, pois uma ferida de amor só se cura com a presença e a figura.

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