terça-feira, 18 de setembro de 2018

Devaneios de uma noite qualquer


Isso é um risco para mim mesmo. Estou montando uma armadilha numa estrada que irei pisar. Não tem como isso dar certo. 

Essa proximidade, esses abraços, esses momentos de íntimas confissões, tudo isso tem pra mim um significado distinto do que tem para qualquer um outro. Um abraço que para alguém é apenas um momento de ternura para mim é uma entrega de corpo e alma a outro ser que decidiu se encontrar com nosso ser. 

Isso é perigoso. Esse tipo de proximidade é tóxica para mim, é uma armadilha preparada pelas minhas próprias mãos para me levar a morte, ou ao sofrimento.

Fui feito para a distância segura da solidão. A proximidade me faz contemplar olhares que não são capazes de me enxergar, me faz fitar lábios que não posso beijar, corpos que não posso tocar.

Mais uma vez eu me vejo sabotando meu coração, e subestimando os meus desejos carnais mais impuros e bestiais.

Mas o que fazer? Para onde correr? Que limites impor? Como fugir de algo que aconteceu de forma tão natural que só percebi quando já estava feito? 

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