quinta-feira, 30 de maio de 2019

Coração aberto

Sinto meu coração aberto, quentinho. Fecho meus olhos numa carinha de felicidade, um sorriso puro nos lábios. Se olho ao redor vejo um mundo cor de rosa, e é bem bonito... Minha visão colorida se mistura então aquela visão triste, cinza e fechada de outros. E sigo assim, num dia com o coração cheio de amor, esperando alguém com quem possa partilhar e outro dia absolutamente decidido em fugir de toda e qualquer interação com o outro. 

Dicotomia de um coração repleto de amor, um coração renascido das cinzas, um coração que agora tem medo de amar, e que prefere o amor próprio ao do próximo, um coração que apesar das dores ainda deseja amar e ser amado. 

Seguindo então assim, buscando a constância na minha constante inconstância. Seguindo em busca de um amor capaz de vencer meu medo do amor. Buscando um amor que não seja apenas amor, mas que me faça entender aquela coisa a mais que há nos amores que vejo por aí... 

E vendo-os por aí eu sonho com o dia em que serei visto por aí também. E vendo-os eu me pergunto se haverá alguém por aí capaz de quebrar as barreiras que ergui contra todos que tentam invadir meu jardim. Vendo-os me pergunto se existe mesmo algo chamado amor ou se apenas são pessoas que convencionaram juntar-se e chamarem isso de amor. Enfim, vendo-os me encho de amor, e sinto meu coração aberto, quentinho.

Penso então naqueles sorrisos bobos, que me desconcertam com facilidade, que me fazem esquecer quem sou e onde estou, que me fazem sorrir como uma criança olhando a tela do celular ou escutando aquela música que cantávamos juntos. Isso faz eu sentir meu coração aberto, quentinho e, no entanto, ainda é um coração com medo do próprio amor. 

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