segunda-feira, 20 de maio de 2019

Eclipse

Não temos proximidade. Não raramente me incomodo com a falta de intimidade para com pessoas que, de alguma maneira, exercem algum tipo de fascínio sobre mim. Acho que é a carência que habita em mim falando mais alto, queixando-se de algo que ela gostaria de ter. 

Tristemente isso me faz refletir, sobre distâncias que não podem ser transpostas de maneira alguma. Tristemente isso me faz concluir, que alguns astros nunca irão se encontrar. Ainda que um eclipse coloque sol e lua frente um ao outro, a distância entre ambos sempre será grande demais para que possam se tocar.

É uma constatação fria, é uma daquelas que faço com um gosto amargo na boca, com a certeza de que nada no céu ou na terra podem mudar essa verdade. E ainda dizem que não há verdades absolutas... Cegos demais para perceberem que algumas barreiras são a verdade absoluta dessa existência repleta de limites e nada mais. Somos seres limitados por excelência, seres que foram criados para almejar fazer e conhecer justo aquilo que nunca poderão sequer começar a compreender.

É assim que me sinto perto de algumas pessoas, ainda que fisicamente próximo, distante como o sol está da lua. O que nos separa é apenas um véu que, no entanto, é mais forte do que uma muralha de ferro. 

Como posso ousar quebrar essa verdade? Há coisas que não podem ser mudadas, há coisas que não podem ser vencidas. Há forças que não podem ser dominados, e eu, tão fraco, tão ignorante, jamais poderia me atrever a romper qualquer barreira que exista entre meu eu e algum outro alguém. Na tristeza me desfaço em ver que, eu, nada posso fazer. 

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