segunda-feira, 13 de maio de 2019

Impressões negativas

Impressões profundamente negativas, algumas delas tão ácidas que sequer posso colocar aqui, sob risco de forte repreensão. Tenho olhado as pessoas ao meu redor e pensado "será que é mesmo possível que sejam tão obtusos?" me pergunto se eles não estão vendo algo que eu não estou, que talvez seja eu o errado em ver tantas coisas erradas na realidade que me cerca...

Subserviência. Cinismo. Orgulho. Ignorância.

Palavras fortes demais. Pesadas demais. Olho ao meu redor e vejo pessoas submetidas a um servilismo imbecil, melosas com aqueles que estão, sob aspectos deturpados, num mesmo patamar que elas. Aos outros resta o cinismo, a ignorância, como se as castas tivessem retornado. Como se aqueles das castas inferiores fossem realmente inferiores aos outros. Puro orgulho que os infesta de uma ignorância absurda e descomedida. Me pergunto se estou errado em perceber tais coisas, pois pareço ser o único a me incomodar com elas. 

Essas pessoas se tornam tão feias, vestidas com essa arrogância, que procuro me afastar delas. São tóxicas demais para mim. Já estou doente demais para isso. 

Me incomoda também a constante necessidade do barulho. Animação. Tudo precisa de animação. De onde vem esse medo do silêncio, medo da quietude? Será medo daquilo que se revela na contemplação do próprio ser? Abafam então os gritos desesperados do seu próprio coração com o barulho do exterior, mas sem perceber que na verdade apenas entram num desespero, patético de se ver.

Como alguém que sempre escuta música, que busca preencher o silêncio com barulho, poderia dizer o mesmo de mim, não fosse minha recente descoberta do valor do silêncio e de como pode ser belo a descoberta do próprio universo interior. 

Mas estão todos ocupados demais, com barulho demais. "Gente demais, com tempo demais, falando demais, alto demais" já disse o poeta. 

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