sexta-feira, 17 de maio de 2019

Procura-se

Procuro alguém aberto o suficiente para falar sobre qualquer coisa ou sobre coisa alguma em particular. Só quero alguém com quem possa ir, desde as maiores banalidades até as mais altas questões metafísicas. Alguém que não se desinteresse pelo meu interesse em nomes como Avicena e Avicebron, que não se incomode quando perceber que escrevi um capítulo inteiro sobre uma folha que caiu da árvore na minha frente. Alguém que entenda das dores de um coração humano, que não seja um mero príncipe, em meios as afabilidades e questões menores...

Oh, não sou do pensamento político, não me interesso por verbas e nem por comissões, eu sou do pensamento humano, do pensamento que sente dor quando se corta, do pensamento que se alegra quando uma flor se abre ou quando uma música começa a tocar e logo me ponho a dançar. 

Procuro alguém que queira investigar comigo as questões mais profundas da alma, e não alguém que busque para sanar dúvidas da superficialidade mundana. Busco visão real, de alguém que sabe onde está, que sabe qual seu lugar e não que apenas investiga sem conseguir nunca se encontrar. 

Não consigo mais conversar com quem não tem visão, com quem não consegue tomar distância e ver a coisa como um todo. Procuro alguém que se deixe afetar pelo amor, pelo carinho, pelo afeto, e não as pessoas embebidas em frialdade inorgânica que agora me rodeiam. Procuro almas de verdade, que floresçam, que sorriam, que chorem, que se encantem, que sejam de verdade e não apenas uma capa vazia. 

Onde estão as pessoas de verdade, com coração de carne? Onde estão as pessoas capazes de sentir? Onde estão as pessoas, se perderam em meio aos acordos e as manchetes? Onde estão as pessoas que, em meu peito florido, para eles só guardava? 

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