terça-feira, 28 de maio de 2019

Da decadência

Não tenho gostado de olhar muito ao meu redor ultimamente. Não tenho gostado das coisas que vejo. Tudo o que vejo é degradação, de todo tipo. Em todo canto há corrupção, e não só aquela corrupção que vemos a todo momento nos veículos de comunicação, me refiro a uma corrupção muito mais profunda, muito mais imunda. Eu me refiro a corrupção moral, a corrupção da alma humana. 

Vejo pessoas tão preocupadas consigo mesmas que se tornam incapazes de perceber a destruição que causam umas as outras. Vejo pessoas em estado de pânico absoluto, alimentando relacionamentos abusivos em níveis extremos por medo de ficarem sozinhas de algum modo. Vejo pessoas matando os próprios sonhos, abafando os próprios gritos mais profundos apenas para se manterem em empregos que não suportam na tentativa de se manterem estáveis numa vida que não aguentam mais viver. 

Não gosto disso, de nada disso. De pessoas que não conseguem manter a constância de uma amizade carinhosa, que apenas seguem seus puros interesses mais pervertidos em usar o outro. Daquelas que vivem tão fechadas no próprio mundo que nunca lhes passou pela cabeça que outras pessoas também existem ao seu redor. Pessoas detentoras de uma frialdade assustadora. Como pode um coração humano, por onde corre seu sangue, ser assim tão frio?

E isso eu observo em toda parte. Seja no meu emprego, onde estou rodeado de pessoas da mais baixa estatura social e que acreditam piamente trabalhar em prol da educação quando na verdade se esforçam incansavelmente para a completa destruição do intelecto humano, seja na Igreja, onde a decadência moral atingiu desde o coroinha até o cardeal. Todas as esferas humanas se encontram em avançado estado de decomposição. O homem se encontra em constante e vertiginosa decadência. 

Já não é mais capaz de sorrir com uma criança que brinca inocentemente, já não enxerga a beleza de uma rosa ou o perfume de uma flor, já não entende o significado da música e da poesia e até mesmo o belo perdeu lugar na labuta diária por poder, status e dinheiro...

Onde foi parar o calor humano? Onde foi parar aquele sorriso real, sem milhares de máscaras? Onde foram parar, aliás, as pessoas de verdades, desprovidas de toda sorte de adereços que usam para esconder seu verdadeiro eu? Nós estamos a todo momento olhando outras pessoas mas somos absolutamente incapazes de ver quem são de verdade. E, ao menos para mim, isso é desesperador! 

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