sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Caminhada solitária

Os últimos dias, em especial as últimas horas, tem sido um momento de particular florescimento criativo. Tenho tido vários pequenos lampejos de inspiração, e se ficasse a todo tempo na frente do computador, certamente teria escrito um livro já a essa altura. Infelizmente não se trata de uma percepção nova, mas apenas antigas convicções que vem se mostrando cada vez mais profundamente arraigadas no meu coração. 

A palavra que tem encontrado eco no meu peito é SOLIDÃO. Em caixa alta para expressar a força com que ela tem se revelado a mim. 

Solidão é caminhar sozinho rumo a um objetivo que é só seu. Rumo algo que se crê ser causa de felicidade. Dificilmente as pessoas reconhecem estarem sozinhas nesse caminho, e afirmo isso porque custo acreditar que todos tenham consciência de sua solidão e continuam vivendo normalmente, sem desesperar-se completamente de sua existência. 

Todas as vezes que vislumbro o deserto solitário da minha existência eu sinto pânico, e tenho vontade de fugir e buscar alguém para cruzar comigo aquele caminho. Mas isso não é possível, não é possível porque eu sou o único capaz de enxergar o deserto que tenho de atravessar, ao passo que não sou capaz de ver o caminho de nenhum outro. 

Acontece que os breves momentos de contato com o outro nos faz crer que estamos juntos, que caminhamos juntos, quando na verdade somos companheiros apenas na solidão que nos é comum. E o fim do homem não é outro senão que uma continuação de seu caminho. Solitária é a caminhada e solitário é o destino. 

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