sábado, 25 de agosto de 2018

Dança comigo?

Você está triste?

Comigo?

Pensando nela?

Ou pensando em qualquer outra pessoa?

Não importa muito...

Sabia que estava pensando em você no momento exato que me mandou mensagem?

Bom, não é nenhuma surpresa, eu to sempre pensando em você mesmo...!

Sabe, estava muito feliz ontem, estranhamente confortável ao seu lado. Sem pressão, sem pensamentos exagerados, só você, ali, do meu lado.

É estranho como fico vulnerável contigo. 

Mas tudo isso mudou quando outros pólo magnético te atraiu, e de repente a atenção que era só minha foi dividida...

E meu inferno recomeçou. 

Achava que não estava sob efeito da ansiedade, mas foi só sair da sua presença pra perceber o quanto ficar com você exige de mim. O cansaço extremo logo se mostrou, como se tivesse corrido uma maratona. Acho que me controlo tanto para não fazer nada de errado que acabo consumindo todas as minhas forças sem nem ao menos perceber.

Você me consome, ou melhor, meu amor por você me consome. A dor que é amar você e te ver amando outra pessoa me consome. Mas, essa talvez seja minha sina, e estou começando a aceitar, que talvez algumas pessoas não foram feitas para serem amadas de volta.

Nesse momento em que a noite cai, eu fecho meus olhos e me deixo levar pela valsa que entra pelos meus ouvidos. O 2° movimento da Sinfonia N° 2 do Mahler, aquela chamada de "Da Ressurreição". Sempre me encantou pelo seu começo delicado, pelas cordas que nos levam como se fôssemos embalados num ritmo hipnótico, sutil, sedutor. É romântico, e impossível não me imaginar dançando contigo, lentamente, pra lá e pra cá, com as mãos nos seus ombros, com um sorriso no rosto.

Mas o deleite de nossa dança dura pouco, e logo uma sombra se aproxima de nós. Ameaça-nos e nos faz querer correr. Eu olho ao meu redor e não te vejo mais comigo, mas com outras ao seu lado. E o breve adágio de minha alegria deu lugar a uma canção triste, uma procissão rumo ao cemitério, prometendo sepultar ali meu coração.

E aqui, de olhos fechados, praticamente morto de paixão, eu volto a sonhar com meus braços apoiados em seus ombros, e nossos olhos contemplando um ao outro.  Mas isso não passa de um sonho, e na verdade, se eu abrir os olhos só poderei contemplar a solidão. 

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