Eu saí receoso com o calor excessivo dessa manhã ensolarada e achei que, ao caminhar depressa, estava ficando sem ar por ter ficado tantos dias parado. Pensei em como iria transpirar no trajeto até o ponto de ônibus e como o verão estava se prolongado demasiado fazendo com que eu tenha de suportar o sol escaldante ainda por dois meses até que comece a refrescar. E achei mesmo que precisaria me esforçar mais para vencer o cansaço, já que respirava como se acabasse de correr uma pequena maratona.
Senti meus pulmões arderem e, ao colocar a mão no peito, entendi que não estava assim por causa do esforço, não, senti que coração é que havia se inflamado, ao olhar o céu brilhante de Santa Catarina, a luz quente banhando meu rosto e corpo e, a sua imagem me banhando a alma. Meu coração se inflamou e eu suspirei de amor, uma ou duas pessoas o viram, não tem problema, que saibam que nessa manhã viram um homem suspirar de amor, numa clara manhã de verão, de amor em vivas ânsias inflamada.
Mas é claro que eu não posso te falar isso. Então eu engoli esse sentimento, respirei fundo mesmo contra a vontade de meus pulmões e tomei um ônibus.
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Agitado demais para conseguir sentar e escrever com a paciência requerida, infelizmente me deixei levar pelo ambiente ao redor e hoje estou ansioso. Apelei pra uma dose baixa de Rivotril que conseguiu, ao menos, relaxar as minhas pernas que tremiam sem parar, mas ainda não conquistei a minha tão querida veia poética para olhar lá fora pela janela e, vendo a chuva que caiu aplacando um pouco a violenta onda de calor que passa pela cidade, e então falar um pouco sobre como, mesmo no meio dessa agitação toda, eu procurei você, e não o encontrei.
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