segunda-feira, 20 de maio de 2024

Allegro con fuoco

Os primeiros compassos, fortes e marcantes, do último movimento da Sinfonia N° 9 do Dvorak ecoam na minha mente: estão entre meus momentos favoritos em toda a música ocidental, especialmente naquelas gravações conduzidas pelo Herbert von Karajan, com aquela intensidade e exibicionismo tão presentes no maestro austríaco. 

Estou tentando não pensar muito na longa lista de problemas que precisei resolver nos últimos dois dias, culminando em outra estafa por conta da abundância de informações envolvidas. Nem mesmo uma crise alérgica foi suficiente para fazer as pessoas ao meu redor darem um tempo. Na realidade eu já desisti de tentar fazer quem quer que seja entender qualquer coisa. Não adianta. 

Fiquei um bom tempo procurando as palavras certas para o parágrafo anterior, o movimento da Sinfonia do Novo Mundo já se encontra na metade, repetindo o tema que o abriu. Vou repetindo devagarzinho os gestos do grande regente, meu rosto dói devido à sinusite, meus olhos lacrimejam e estou usando um emplastro medicinal na bochecha. Como podem ser tão obtusos assim? Cara essa música é fantástica e a força dos metais é fenomenal. 

Espero poder chegar logo em casa, 

ou apenas sair daqui, 

ou apenas ficar sozinho, 

ou apenas dormir. 

Essa coda é simplesmente sensacional. Apoteótica.

Todos ao alcance do meu olhar no momento são imbecis. Eu provavelmente sou pior que eles por continuar aqui. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário