terça-feira, 11 de outubro de 2016

Opinando sobre opiniões

Infelizmente, e digo isso com um grande pesar no meu coração literário, esse será provavelmente a postagem que mais se assemelhará com aqueles textões de desabafo do Facebook que a maldita inclusão digital costuma nos brindar constantemente sempre que algo importante, ou não, ganha relevância na mídia. Lamento muito por isso, mas as vezes o que está no coração precisa ser dito de uma forma ou de outra, mesmo que isso signifique o assassinato de nossa tão prezada língua portuguesa em produções de estética e valores questionáveis. Enfim.

Tenho me surpreendido muito com minha própria personalidade nos últimos dias. Assustado em como estou irritado e revoltado com tudo e com todos. As opiniões das pessoas tem me irritado de uma forma tão grande que eu praticamente reduzi meu contato com "os outros" ao mínimo possível, e ainda assim eu tenho me estressado constantemente. Meu estoque de calmantes está abaixando e prevejo um desfalque nas contas dos próximos meses para reabastecê-lo. Mas esse não é o foco do que queria dizer. 

O que tem me incomodado é a forma como as pessoas tem insistentemente expressado suas opiniões, posições ou que quer que sejam de forma ofensiva. Será que ninguém é capaz de apoiar esse ou aquele partido sem ofender o próximo? Será que é mesmo necessário mobilizar uma Terceira Guerra Mundial entre todas as pessoas da internet só pra decidir se Nescau é melhor do que Toddy? Francamente, onde foram parar as pessoas com preocupações reais? Chegamos ao cúmulo do absurdo de sermos obrigados a engolir uma opinião ofensiva em nome da tal "liberdade de expressão". 

Por estarmos vivendo em plena era das comunicações digitais, todos tem acesso a informação o tempo inteiro, e todos podem opinar sobre praticamente qualquer coisa, inclusive sobre aquilo que não se tem conhecimento algum e ainda requerer para si o direito de estar certo por pensar dessa ou daquela forma. De fato somos a geração mais chata que já existiu justamente por termos em nós as piores opiniões sobre tudo e aida por cima queremos obrigar a todos a aceitar essa opinião. 

Basta uma olhadinha rápida por qualquer rede social para ver um zilhão de pessoas ignorantes, nos mais amplos sentidos da palavra, que querem a todo custo fazer engolir a força sua opiniões bizarras.

Não que eu não tenha opiniões bizarras, muito pelo contrário, mas penso duas vezes se querer obrigar os outros a concordar comigo é algo bom. Na verdade nesse ponto não nos diferenciamos de grandes nomes como Hitler ou Mussolini, ambos só queriam fazer com que os outros concordassem com eles, como todos nós fazemos atualmente, a única diferença é que eles tinham mais influência política/militar que a maioria de nós. Mas francamente, no quesito "bizarrice que acredito ser verdade", o Fuhrer perde e feio para muitos de nós.

E o ponto onde gostaria de chegar é justamente esse: o da verdade. Mais uma vez vemos como o peso daquilo em que acreditamos influencia nosso meio. Estamos tão agarrados a nossas opiniões que o outro, o diferente, nos assusta e nos causa repulsa. O homem teme aquilo que desconhece, no entanto, neste século, este temor tem se expressado através de discursos de ódio. E aqui eu não falo defendendo nenhum movimento pseudo-revolucionário que na verdade só quer garantir para si o direito de fazer arruaça e bagunça sem responder por isso, como são as feminazis e boa parte do movimento LGBT.

Na verdade eu só tenho me preocupado com as pessoas que, assim como eu, são sensíveis demais para se defender dos ataques ideológicos do mundo que nos cerca e por isso somos constantemente feridos por parentes e amigos em nome da tão falada "verdade que precisa ser dita". Talvez seja exatamente isso que eu esteja fazendo aqui, não sei dizer, mas temo que o relativismo tenha tomado conta de nossas mentes de tal forma que, qualquer bizarrice passou a ser aceita em nome da famosa seita. Que seita? Aceita que dói menos. 

Nos tornamos chatos, e muito chatos. Chatos pra caramba. Com força. A geração leite com pêra que cresceu e perdeu o respeito pelo próximo e agora faz birra. No entanto, os gritos que antes eram feitos no corredor do supermercado agora são dados na internet, pra todo mundo ouvir. E que papelão estamos fazendo não é mesmo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário