terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Aos poucos

Algumas vezes temos a irônica sensação de que na verdade somos fracos demais para realizar alguma coisa. No meu caso, sinto-me como na famosa expressão popular: "com a faca e o queijo na mão." 

A expressão refere-se a ter todas as ferramentas nas mãos mas não conseguir fazer nada em relação a ela. 

Tenho atualmente buscado crescer e me entender cada vez mais na busca por um amadurecimento, visto que essa área do meu desenvolvimento não tem acompanhado meu envelhecimento físico. E eu cheguei hoje a trágica conclusão de que sei bem como resolver meu problema. 

Muito foi me dito desde quando comecei a terapia e eu consegui aprender muito também, mas não vou mentir, infelizmente eu ainda não consigo ver nenhuma luz no fundo do túnel, pois muito embora eu tenha as ferramentas em mãos, eu não sei como usá-las. Ou melhor: eu tenho medo de fazê-lo.

Sei bem que a chave para amadurecer é enfrentar a realidade como ela é, e essa imaturidade é que faz com que eu me descontrole emocionalmente, pois o medo de enfrentar causa em mim uma devastação psicológica extremamente desgastante. Mas eu sei bem que sem exposição eu não vou conseguir chegar a lugar nenhum. A única forma de vencer o medo é justamente enfrentando o objeto que me assusta. Isso eu sei.

Fiz um paralelo com o medo que eu tinha do escuro quando criança. Morria de medo de dormir sozinho no meu quarto escuro. Como tempo comecei a dormir, mas com a luz acesa, e hoje durmo sem a necessidade de nenhuma luz. Não tenho mais medo, e pelo contrário, hoje prefiro o escuro absoluto para uma boa noite de sonho.

O que me falta é então dar o primeiro passo. Mas como enfrentar o medo se ele é justamente o que me impede de evoluir? Não há em mim coragem para seguir em mais esse quarto escuro. Eu sei bem que os monstros estão na minha cabeça, mas isso não diminui em nada o medo que sinto. É como se conhecesse bem a teoria, mas fosse incapaz de aplicar na prática. É bem assim que funciona.

Se o que tenho de fazer e os motivos por detrás dessa necessidade, mas o medo me torna incapaz de me mover. 

No entanto, penso que no quesito evolução, os homens são como os tubarões, se eles não se mexem, acabam morrendo. É assim que me sinto, como se estivesse morrendo... Aos poucos morrendo...

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