segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Não quero

Eu estou desesperado, completamente aterrorizado. 

Socorro, estou perdido (de novo)! Não sei onde estou, nem como cheguei aqui. Não faço ideia de como posso sair daqui e nem do que eu devo fazer a partir de agora.

Muito embora ainda esteja claro, e a rua ainda visível na minha frente, tudo o que meus olhos conseguem ver é uma escuridão medonha, um caminho que aparenta me levar a umd estino frio e cruel.

Estou desesperado, completamente aterrorizado. Sem rumo, sem prumo, sem equilíbrio, sem motivo, sem objetivo, sem sorriso. 

Quero dormir, mas o sono não vem, e as dores não deixam que ele se aproxime. Quero chorar, mas as lágrimas secaram, tudo o que consigo é uma série de caretas e expressões de dor, que na verdade são reflexo das dores que meu corpo todo sente.

Minhas costas doem. 

Minha cabeça dói. 

Meu pesocoço dói. 

Meu coração queima. 

Eu estou desesperado, completamente aterrorizado. 

Dentro de mim uma voz grita pedindo para sair, mas eu não consigo entender o que ela tem a me dizer. Apenas sinto que algo está errado, que algo precisa ser mudado e que algo precisa ser feito, senão eu com certeza morrerei. 

Mas morrer não é mais uma coisa assustadora. Alguns se perguntam por que a morte é tão difícil. Eu discordo. Morrer é fácil, viver é que é difícil.

Eu não quero mais viver, não quero mais. Me chame de frouxo, de covarde, de fraco, do que quiser, mas não quero mais continuar com isso. Não quero mais, chega. Mas ainda sou covarde demais até mesmo para morrer... Um completo inútil, sem realmente nenhuma utilidade, sem nenhuma coragem, sem nenhum futuro.

Não quero mais sofrer, não quero mais chorar, não quero mais me esconder, não quero mais me machucar, não quero estudar, não quero me incomodar, não quero sair, não quero conhecer, não quero me dar ao trabalho. 

Eu só quero paz. Comigo mesmo e com o mundo.

Não quero ter de satisfazer a vontade de ninguém. Não quero fazer mestrado ou trabalhar pra agradar a mais ninguém, e também não quero ficar mais cansado, porque tudo isso me cansa só de imaginar... 

Não quero. 

Não quero. 

Não quero... 

NÃO QUERO! 

NÃO QUERO! 

NÃO QUERO!

E essa dor só aumenta, sobe pelo peito, esmaga meu pulmão, como se alguém pisasse com força sobre mim, e queima, queima como se eu tivesse de engolir um pedaço de carvão em brasa, mas como o fogo a dor não diminui, parece consumir cada vez mais o meu corpo, o meu eu. E já não sei mais o que ele tem para consumir, pois não restou nada, já levou meu corpo, meu amor, minha alma, nada restou...

E eu não quero mais essa dor... 

NÃO QUERO! 

NÃO QUERO! 

NÃO QUERO!

Não quero. 

Não quero. 

Não quero... 

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