terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

(In)Feliz Aniversário

Eu simplesmente odeio o dia 21 de Fevereiro, data do meu nascimento, em trágicos 22 anos atrás. 

Primeiramente eu nunca compreendi essa convenção social boba de se comemorar o dia do nascimento de um pessoa com festas e presentes. Se o propósito fosse presentar com algo que essa pessoa considerasse útil, seria muita mais inteligente e bem menos cansativo presentar com dinheiro. Seria mais ou menos assim: ao invés de procurar comprar algo no valor de cinquenta reais, seria muito ais simples dar apenas o dinheiro a ela. Daí, no meu aniversário ela faria o mesmo, repetindo o ciclo por 40 ou 50 anos até que um dos dois morresse, deixando o outro cinquenta reais mais rico. 

No mais, eu simplesmente detesto, com todas as minhas forças, o fato de a cada ano ser considerado mais velho. Que benefício pode haver nisso? Nenhum! 

Para os outros eu vejo como muitos consideram tal dia como uma ocasião de celebração da vida e toda aquela baboseira, mas não há nada para celebrar (no meu caso), tornando então esse dia uma celebração vazia de todo e qualquer sentido humano.

O que tem demais em 22 anos? Duas décadas de fracassos e derrotas. O que eu fiz nesses 22 anos miseráveis de existência? Nada!

Se acaso viesse a morrer hoje nada deixaria como legado. Até mesmo esse blog deixaria de existir em alguns meses. Nenhuma conquistas acadêmica ou profissional, nenhuma conquista pessoal, e exceto por uma ou duas pessoas além dos meus pais, não acho que muita gente iria sentir minha falta. Talvez por um dia ou dois, quando vissem que a sacristia da igreja foi abandonada ou que não haveria mais um bobo para mandar poemas de boa noite. Mas nada que realmente seja importante. 

Não é uma data feliz por uma nova fase que se inicia, mas é uma fase horrível que continua. Não é um novo dia, uma nova possibilidade, mas sim um dia a menos!

Penso que a cada aniversário completado, é uma recordação da morte que se aproxima. Por isso meu aniversário é para mim uma grande celebração da morte. Sim, da morte! É o dia em que reflito sobre a sabedoria que alcançaria com a morte. Afinal, nessa vida podemos aprender sobre todas as coisas, temos uma vasta gama de conhecimentos a serem explorados, mas ainda resta uma coisa que permanece desconhecida a todos os viventes: a morte! Esse conhecimento só é adquirido através dessa experiência, e admito que é algo que atrai diariamente. Todo o mistério envolvido na morte é para mim um objeto de desejo.

Não gosto do meu aniversário, não gosto de envelhecer, não gosto de ver o quanto sou inútil. 

Por isso não há nenhuma razão para comemorar. Odeio esse dia. Só posso me esconder e torcer para acabar logo.

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