sábado, 11 de fevereiro de 2017

Não sozinho


Numa tarde chuvosa você saiu do conforto da sua casa para vir até a minha somente porque te convidaram e não tinha como recusar? Custo querer acreditar nisso. Se realmente quisesse teria dito não, mas você veio, novamente, me obrigou a agir como se nada tivesse acontecido. E assim o fiz. 

De repente eu percebi que estou me tornando muito bom e algo que considero horrível: ignorar você! E isso faz com que eu me sinta mal, muito mal. Já não sei se é possível retomar ao estado inicial, antes do apogeu do fim de nossa amizade. Receio que isso já esteja fora de nosso alcance, infelizmente não há nada que possamos fazer em relação a isso, exceto é claro, por recomeçar, mas duvido que você  queira. Mas, não há nada que eu possa fazer, pelo menos não sozinho.

É mais fácil então fingir que nada aconteceu, que não nos conhecemos, que somos dois semi-desconhecidos que uma ou duas vezes por semestre se encontram e convivem por algumas poucas horas.

Você vai voltar aqui? Cantará ao meu lado sem nenhum problema? Acho difícil acreditar, foi apenas mais um episódio isolado, sem nenhum relação com mais nada. Aliás, sem nenhuma relação comigo. Não há mais, portanto, nenhuma relação entre eu e você. Mas ainda sobraram restos que caíram do banquete de nossa amizade, algumas migalhas estão ao chão e, muito embora a mesa já tenha sido retirada, aquelas migalhas aos meus pés ainda me obrigam a recordar dos dias em que éramos felizes, antes que eu estragasse tudo, e colocasse tudo a perder.

Mas, não há nada que eu possa fazer, pelo menos não sozinho.

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