terça-feira, 14 de junho de 2016

Amadurecimento

"Olha pro céu meu amor, vê como ele está lindo...(8)"


Sim, friozinho gostoso que continua, musiquinhas de quadrilha tocando até a exaustão, e aquela comida boa das festinhas de São João. Junho é um dos melhores meses do ano, senão o melhor. Claro, seria um tiquinho melhor com álguem aqui do lado pra me esquentar nesse frio, mas é como diz o ditado né? Vamo fazer o que?

A reforma aqui em casa já entrou nos últimos detalhes, falta pouco pro meu sofrimento com toda essa bagunça acabar. Ai vai começar outro sofrimento, que é voltar pra Auto Escola, já que meu pai conseguiu dinheiro pra eu terminar as aulas restantes. Sério, como eu detesto aquelas aulas de direção. Sou um péssimo motorista. Eu sou pro carro o que o PT foi pro Brasil, uma tragédia; 

Bem, procurando coisinhas sobre o que falar hoje AND tentando responder o povo no WhatsApp/Messenger, achei essa imagem, que me pareceu um tanto interessante de comentar:
Eu gosto muito da página do Facebook que publica essas imagens, creio eu que o Adm seja o próprio autor, e de fato, seus posts sempre me dão o que pensar. Pois bem, quando o vi, além de me identificar de primeira, a última parte do diálogo me veio como um verdadeiro inside sentimental.  Muito me questionei nos últimos dias sob como deve ser minha postura frente as diversidades que eu devo conntinuar enfrentando. E bem, em meados de terminar a faculdade, acredito que seja um momento propício a novas reflexões, uma espécie de avaliação dos meus últimos anos e quem sabe conseguir traçar um panorama para o futuro.

Gostaria muito de dizer que meus últimos anos foram de um intenso amadurecimento intelectual e principalmente afetivo, no entanto, creio que tenha sido completamente o inverso. Não posso dizer que estou saindo da faculdade como um gênio, mas que apenas passei por ela, assim como fiz com tudo em que já me dediqui até hoje, simplesmente movido pelo esforço e por uma habilidade de falar e tratar bem o próximo. Posso dizer então que não estou me formando muito diferente do que quando entrei na faculdade. E o mesmo pode ser dito acerca do campo afetivo. Aqui talves até mesmo possa dizer que eu regredi. Pois os últimos anos foram nada mais que um enorme vórtice de humilhação misturada com uma baixa auto-estima preocupante e uma necessidad constante de aprovação e compaixão. Ora, tanto é que preciso escrever sobre isso em um blog pra me sentir ouvido e entendido por alguém, mesmo sabendo que é inútil. Isso então mostra que eu na verdade só tenho feito uma constante busca por essa auto-satisfação, e tem uma outra palavrinha muito apropriada pra isso, e é masturbação. É isso que eu tenho feito, uma constante e interminável avalanche de reclamações sobre desgraças provocadas por mim mesmo e um busca incessante por aprovação e compaixão de pessoas completamente estranhas. 

Gostaria de compreender então os motivos que me levam a essa postura masoquista. Isso me preocupa, parece que eu tenho um imã pra situações potecialmente evitáveis que poderiam me trazer algum tipo de sofrimento. 

Não sei dizer se minha orientação sexual é fruto de algums disturbio edipiano de má formação da minha personalidade na infância, embora eu admita essa teoria mais do que muitas outras. Acredito que o meio em que eu cresci possa ter influenciado alguma caracteristica genética ativada justamente por determinados condicionamentos sociais que me levaram a ser quem eu sou hoje. E eu sempre fui muito bem resolvido comigo quanto a isso. Sempre achei que o fato de ter crescido tendo como referência mãe, tias e professoras fez com que eu tenha desenvolvido essas caracteristicas mais delicadas em relação aos outros meninos e posteriormente, também influenciado minha sexualidade. Mas será então que a ausência da figura masculina na minha infãncia resultou nesse distúrbio que faz com que eu somente me interesse por rapazes que jamais se interessariam por mim? Talvez inconscientemente eu sempre repita o mesmo erro na esperança de perpetuar esse ponto que, na minha infância foi a minha zona de conforto.

Por vezes eu reclamo da falta de reciprocidade no amor. Mas de fato, ninguém tem a obrigação de corresponder ao sentmento que eu desenvolvi, é algo que surgiu dentro da minha consciência e que portanto só existe dentro dela, fazendo assim que seja praticamente impossível que qualquer outra pessoa tenha acesso a ele, logo, impossível de se retribuir. Agora, um sentimento construido, esse sim pode existir. Mas eu nao posso esperar que coincidentemente o moço bonito de olhos azuis que eu fiquei encarando no ônibus tenha os mesmos pensamentos que eu e que venha a falar comigo no dia seguinte, esperando me conhecer, assim como eu desejo. Esperar por isso seria mais do que burrice da minha parte, seria doentio.

Talves seja então o momento de tentar colocar na cabeça que as coisas acontecem naturalmente na vida das pessoas, e que quando eu menos esperar, alguém vai aparecer e me conquistar e se deixar ser conquistado por mim e juntos vamos construir um futuro juntos. Isso significa estar sempre disponível a amar, continuar amando, apaixonadamente, e esperar que um dia o calor do meu coração possa alcançar o de oura pessoa. Ou ainda quem sabe, eu vou conseguir entender que relacionamento realmente não é pra todo mundo e que eu posso sim ser feliz com isso. É uma questão de conseguir amadurecer de fato daqui pra frente. Não tenho mais o direito de pensar como um menininho apaixonado de 12 anos, e sim como o homem que tenho de ser.

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