quarta-feira, 8 de junho de 2016

Um Martini com Coleman Hawkins


Sabe aquelas noites especiais, que por algum motivo parece que serão eternas? Essa tem sido uma delas. Não que nela tenha algo particularmente bom, mas só de não ter algo essencialemente ruim já é um bom começo. Acabo de dizer pra um amigo aqui que para ela se tornar perfeita, só falta uma garrafa de vinho, uma cartela de Rivotril e uma boa companhia. Mas creio que esse sentimento todo se deva a playlist que estou a escutar. Trata-se do sublime disco On Broadway, do Coleman Hawkins. Me aproximei do Jazz a poucos meses, admito que relutamente, já que nutria um certo preconceito pelo estilo. No entanto, depois de ouvir algumas peças que mesclavam o Jazz com a música clássica que eu já aprecio, comecei a ouvir alguns compositores... e olha, só tenho me apaizonado. Esse disco mesmo, é simplesmente sensacional. Tem uma nuance divertida, ate nas músicas românticas e é tão gostoso de ouvir que sempre escuto repetidas vezes... 

Então imagine isso: uma noite bem escura, com uma certa dose de uma brisa fria que balança o cabelo de quem anda na rua... um pequeno e mal iluminado barzinho. No fundo deste, um palco vermelho, onde alguns músicos executam uma divertida rapsódia, enquanto um jovem bebe aos poucos um Martino o algum drink refinado. O álcool aos poucos começa a fazer efeito, e lentamente a música se mistura com os pensamentos do jovem que foi ali para se esquecer de seus problemas. Então a atmosfera se transforma e o jovem moço, já um pouco embriagado, começa a deixar algumas lágrimas rolarem... Ele sente que deveria parar no 5° drink, mas perdeu a conta no de número 12... e as lembranças correm soltas por sua mente, mas abafadas pelo som do piano, do baixo e do sax ao fundo.  Ao menos a música e a bebida oferecem ao nosso apaixonado uma aura carinhosa e reconfortante. Ele não sabe como conseguirá ir pra casa. Talves algum amigo o encontre e lhe faça essa gentileza. Talves ele se entregue aos braços de algum belho cavalheiro que lhe ofereça a companhia. Pode ser que amanhã ele acorde novamente chateado por ter perdido seu amor. Pode ser também, que ele acorde nos braços de um novo homem. Pode ser. Mas certamente por hoje, ele não vai mais conseguir se lembrar da dor, somente das cores que a boa música lhe traz.

Sim, muito reconfortante deixar a mente fluir em uma profusão de pensamentos desconexos. Relaxante. Simplesmente confortável. Bom deixar meus pensamentos também se misturaram com as nuances obscuras da música. Não que ela seja obscura, mas quando penso num panorama visual pro Jazz, automaticamente sou levado a esse cenário. Um barzinho chique, escuro, com o grupo tocando ao fundo, em um ambiente iluminado por um vermelho fraco e um amarelo meio ocre, algo bem nostálgico. Na verdade, nem sei ao certo de onde me vem essa imaginação, mas todas vez que penso em Jazz, é para ela que sou levado a apreciar a musica...

Penso um pouco agora sobre o meu futuro. Nas mensagens que tenho para receber, sim, pois ainda tenho essa débil esperança. No quanto ainda tenho de aprender. Mas de uma coisa eu tenho certeza, se é que é possível ter qualquer tipo de certeza nessa vida, é de que, valorizando quem me valoriza, eu vou estar trabalhando no meu amor próprio, coisa que eu dificilmente fiz na minha medíocre vida. De qualquer forma, acho que vou me despedindo então desta postagem da meia noite, em clima nostálgico. Até.

Nenhum comentário:

Postar um comentário