domingo, 26 de junho de 2016

Sobre as coisas simples da vida

É, dizem que o mundo lá fora tem realmente muita coisa pra nos mostrar e ensinar. Particularmente eu fico com aqueles que preferem conhecer o mundo no conforto e segurança da tela do computador, no meu caso especificamente no meu quarto, com um pote enorme de doce ao alcance da mão. Mas até que olhar um pouquinho pro "mundo lá fora" pode ter seu lado agradável. Calma, não fui em nenhuma aventura envolvendo trilha e nem desbravei uma terra desconhecida a procura de achados arqueológicos, já que eu também prefiro estudar esses últimos nos livros, sem contato com a poeira. Não, nada disso, eu simplesmente fui à Missa. 

Uma Missa não muito longa e que eu cantei mal pra caramba, reconheço, mas que por algum motivo resultou numa experiência profundamente enriquecedora. Na verdade o que aconteceu depois dela. Como sempre, o fluxo intenso de pensamentos desconexos que eu tenho reforçam a caracteristica avuada que eu transpareço. Qualquer semelhança com o uso contínuo e prolongado de maconha é mera coincidência, juro. 

Enfim, depois de sair da igreja, eu e alguns amigos, com quem há muito não parava pra conversar, acabamos sentando mais uma vez para jogar conversa fora, desprentensiosamente. Sério, há muito não fazia isso e devo dizer, que já estava me esquecendo de como é boa a sensação. 

Penso eu agora que todo mundo, pelo menos uma vez por semana, por obrigação, devia convidar dois ou três amigos e numa pequena reunião, atualizar o que a correria, ou simplesmente a acomodação, do cotidiano acabou por ofuscar. Só mesmo pra falar sobre nada em específico, ou pra desfiar um rosário de reclamações e pontuar a falta de esperança na humanidade e na vida adulta. Faz bem pra alma, não custa nada e ainda aposto como resolveria muitos dos problemas que julgamos impossíveis de se resolver. Despir-se de máscaras na frente de quem se gosta e confia é como um tratamento psicológico personalizado, com a vantagem do preço ser ligeiramente menor, e de que você se abre para pessoas que estão ao seu lado, não pra um completo estranho que apesar de tudo, deseja faturar as custas do seu sofrimento. 

Um outro ponto que acho importante ressaltar foi que eu pude obter uma percepção do que acontece ao meu redor, já que, preso no meu mundinho coreano/clássico eu dificilmente conseguiria ter uma visão da mentalidade que as pessoas de meu convívio tem. Eu pude então notar, numa conversa de pouco mais de 1 hora que eu não sou o único a estar com a sensação de navegar a ermo por águas desconhecidas e assutadoras. Não sou tampouco o único a pensar que a humanidade caminha para seu fim inevitável através da decadência moral que está sendo refletida nas nossas crianças. Por fim, o desespero pela pressão de crescer e amadurecer assumindo responsabilidades também não é exclusivo. 

Sabe, e agora digo isso com uma doce nostalgia na alma e um sabor de saudade no paladar, por alguns breves momentos, quando se está com quem te faz bem, parece que a possibilidade de se expandir e abarcar assim a totalidade da existência soa como supérflua, se as pessoas realmente soubessem se entender, não precisariam buscar métodos tão estranhos como a astrologia e nem tão exagerados como a Instrumentalidade Humana, não, bastaria que as pessoas soubessem resolver seus problemas conversando. Sabe o esudo da consciência? Na verdade cabe a cada um de nós erguer ou remover, impedindo a aproximação do próximo. Claro, que ao fazer isso, corre-se o risco de ser machucado, pisoteado, já que aquela que devia ser a proteção da alma está desfeita, mas também signifia que essa é a única possibilidade de realmente chegar a um entendimento pleno uns dos outros. E convenhamos, a emagadora maioria dos problemas que hoje a humanidade enfrenta são resultado justamente dessa falta de proximidade entre as pessoas. Armas e palavras ásperas não chegam ao coração de ninguém, compreensão e afeto sim. Companheirismo também. 

Na verdade, percebo que a felicidade está nas coisas simples da vida. Uma brincadeira descontraida, um sorriso de um estranho na rua, um beijo verdadeiro, despido das pressões sociais. Coisas bobas, banais, que na minha nada humilde opinião, podem mudar o rumo das vidas de todas as pessoas. Ta, eu psso estar sendo excessivamente otimista em dizer que mudaria o rumo no quesito das grandes decisões diplomátocas e tudo o mais, mas hora, se as pessoas soubessem se entender sem precisar de métodos como a guerra e a extorsão, o mundo seria sim um lugar melhor, e pra ser sincero, posso ser taxado de bobo ou sonhador, mas eu acredito nisso de verdade.

Bom, essa foi a minha simples reflexão sobre algumas coisa nessa noite de domingo. E realmente, a maioria das coisas que escrevo não fazem o menor sentido, senão pra mim mesmo, mas ainda assim, já é uma forma de me livrar da carga que é pensar sobre isso. As últimas postagens estão bem mais curtas do que algumas outras das semanas passadas, mas ninguém conseguiria em sã consciência escrever um livro daqueles todos os dias, então vou continuar a escrever, que sejam 10 linhas ou 10 páginas. Falou?

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