terça-feira, 14 de junho de 2016

Das cartas que nunca serão enviadas #5


A história dessa carta começou bem antes de todas as outras que já escrevi. Você é de longe a pessoa por quem seu apaixonado a mais tempo. E certamente uma das que amei com mais intensidade em toda a vida.

Acredita em amor a primeira vista? Certo, acho que eu também não deveria. De fato, um sentimento poderoso e profundo como o amor nã poderia surgir assim por outra pessoa do nada. Mas por você eu acho que posso dizer surgiu. E sim, talves seja de fato amor porque as caracteristicas que fizeram eu me apaixonar desapareceram, mas o sentimento permaneceu. Mas acho melhor começar a te explicar tudo desde o começo.

Bom, te vi pela primeira indo pra escola. Acho que uns 6 ou 7 anos atrás. Você tinha os cabelos longos, muito longos. Olhos claros, pele clara, rosto inocente. Juro, fiquei te olhando com cara de bobo quando te vi notei pela primeira vez. E no dia seguinte lá estava você de novo. Não demorei a notar que você seguia alguns percursos diários. Então ficou fácil saber que horas você passaria na frente da minha casa. E eu sempre esperando por você, quando ia ou quando voltava da escola, ou pra catequese. Depois de poucas semanas eu já conhecia bem os seus hábitos, onde e que horas ia, e sempre ficava ali, esperando te ver. Não fazia mais do que isso, só te olhar, pra mim bastava. E nessa história se seguiram alguns anos. Todos os dias eu ali, esperando você passar.

Algum tempo depois, eu senti que apenas te ver não era suficiente. Então eu fui atrás de descobrir seu nome, do que você gostava, quem eram seus amigos. Sabia tudo sobre você, tudo mesmo, mas ainda não tinha coragem de falar com você. 

Depois de continuar te olhando passar todos os dias. Depois de te stalkear horrores no finado Orkut e finalmente no Facebook, eu resolvi tentar a sorte. Finalmente puxei assunto, forçando barra mesmo. No início tomei uns gelos, uns vácuo, normal, mas eu não desisti, e em pouco tempo você falava comigo regularmente.

Bom, depois de um certo esforço eu finalmente fui recompensado. Você começou a confiar em mim, comçou a me confidenciar coisas que eu sabia que não confiava aos outros. Fiquei muito feliz com isso. Mas ai veio o primeiro golpe do martelo do destino: Você me contou dos sentimentos que tinha pelo seu ex. Bom, isso mexeu muito comigo, muito mesmo. Pois eu finalmente tinha conseguido me aproximar de você. Mas não me deixei abalar. Continuei insistindo.

Consegui reunir um pouco de coragem e num rompante de desespero eu disse o que eu sentia por você. Ate que sua reação não foi das piores, mas claro, não esperava que fosse recíproco. 

Desde então eu continuei como se nada tivesse sido dito por mim, mas não sei se você chegou a entender a gravidade do que eu sinto. Bem. Sinceramente eu acredito que comecei a sentir algo por você quando te vi pela primeira vez. Te achei tão lindo que fiquei hipnotizado. Então talves por esse motivo eu achava que seria só uma atração normal, já que eu gostar de novinho bonitinho não é nenhum segredo. Mas mesmo depois de você mudar completamente, de personalidade e aparência, eu continuei sentindo o mesmo. Mas sentindo o que? 

Uma atração incontrolável. Chamo de atração na falta de palavra melhor. Quando você ta perto, meu coração dispara, a boca seca, o estômago se mexe, tudo muda, parece que automaticamente uma agulha de búsola começa a girar incontrolavelmente na sua direção, e de repente, só existe você. Só você. Sei que toda essa história pode soar meio exagerada, meio psicótica, e de fato é, mas ainda assim, o que eu sinto por você é algo puro. Por mais que te ache lindo, por mais que vc tenha crescido e hoje eu consiga te ver com um olhar mais sensual, o que eu sinto ainda é puramente platônico, o mais desiteressado dos amores. Tenho vontade de sentar e ficar horas conversando com você, te fazer carinho, só poder olhar seus olhos sem me preocupar com mais nada. Mas isso me parece algo tão impossível. 

Você me fala dos caras com quem sai. Você me fala dos caras por quem você se apaixona. Eu escuto, tento de aconselhar. Mas cada vez que tenho de fazer isso, é como se uma corrente de espinhos apertasse meu coração. Como se a cada palavra que eu dissesse, um pouco de sangue fosse tirado de mim, e assim, minha vida sai aos poucos pelo teclado do celular, se esvaindo, se acabando. 

Agora você está namorando. Eu vi você ficar com outros meninos pela primeira vez. Vi você perder a virgindade e o quanto isso foi importante pra você. Mas agora você está mais distante de mim do que estava 6 anos atrás, quando ainda nem sabia seu nome. Parece que, a alegria que eu senti quando finalmente conquistei sua confiança, se esvaiu por entre meus dedos como areia. Mesmo que a gente ainda converse as vezes, sinto que isso nunca vai mudar.

Mas eu espero que você seja muito feliz. Sinceramente. Espero que ele ame você ainda com mais intensidade do que eu, e que no fim de tudo, ele te faça ainda mais feliz do que um dia eu quis fazer. Te amo. 

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