terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Duelo


"Juraram que eles seriam odiados, 
Seus corpos deixados para apodrecer, 
Suas almas manchadas com sangue. 
Uniões foram desfeitas pela força da espada, 
Perdidos na escuridão suas almas choram, 
Aqueles que amam vão morrer!"*

Afinal será que os homens nunca conseguirão compreender uns aos outros? 

A cada dia que passa eu vejo que as pessoas estão todas fechadas em si mesmas, protegidas pelo casulo de sua própria consciência, que forma ao redor de cada um escudo. Esse escudo impede que qualquer pessoa entre, mas também aprisiona quem se encontra dentro dele.

Dessa forma, quando uma pessoa se move, isso é, manifesta algum pensamento, esse escudo se move também na direção de outras pessoas, e outros escudos, causando então um enorme atrito. 

Cada um com seu pensamento, com sua opinião, com sua posição irredutível. E isso não é bom para ninguém. Se ao menos conseguíssemos compreender um pouco mais do outro, sentir um pouco do que ele sente, poderíamos chegar num consenso, numa nova realidade, mas enquanto todos estiverem fechados em si mesmos, dentro de seus próprios escudos, nada poderá ser feito.

Mesmo que nos esforcemos para conversar, expor ideias e ouvir conceitos, nos tornamos incapazes de mudar e crescer se não admitirmos que precisamos do outro e de suas experiências. 

Mas ainda há muitas guerras pela frente. Nossos escudos continuam erguidos de preconceitos e isso significa que nossos conflitos estão ainda muito longe de terminar. 

No horizonte as luzes que prenunciam o terremoto já começaram a brilhar. Os animais fugiram para as montanhas e um vento frio sopra forte, indicando que algo grande está para acontecer.

Será uma guerra iminente que se anuncia no horizonte? Ao que parece sim. Cabe a nós apenas nos preparar. Empunhar espadas e escudos para não morrermos no campo de batalha sem ao menos conseguir defender nossos ideais.

A verdade é que o embate é inevitável, é o confronto do senso de justiça de dois cavaleiros que esta em jogo num combate, e perde aquele que menos força tem para defender suas ideias.

Quem serei eu? O bravo guerreiro que conseguirá defender seus ideais e receberá do rei as honras por sua vitória e a coroa de louros por ter lutado em nome de sua alteza? Ou serei aquele que, caído na lama, sujará o nome de sua casa por não ter sido capaz de defender seus ideais no campo de guerra?

A guerra já começou, pais lutam contra seus filhos, amantes se traem nos campos de batalha, e amigos esquecem dos momentos que viveram para então lutarem até a morte. É assm que é a guerra, morte e destruição. Dor e perdas, pessoas que se esquecem quem são e o que amam nos campos de batalha. 

Acho que fugir já não é mais uma opção, pois se o fizer o inimigo me há de perseguir até os confins da terra a fim de me tirar a vida. Dessa forma, preciso ser forte e encarar de frente o inimigo que me espreita, tentando me matar.

~


Nota: *Introdução de Basilisk - O Pergaminho Secreto dos Kouga. 

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