sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Vislumbre

É uma tarde fria, deitei por alguns instantes enquanto me deixava levar pelo ritmo alegre e dançante das musicas que na playlist tocava. Fechei os olhos e como num passe de mágica eu vi a sua imagem refletida sobre mim. Era como se meus olhos de repente tivessem se transformado em portais para uma outra dimensão. 

Mas acho que minha criatividade tirou férias, pois o mundo para o qual ela me levou não era muito complexo, pelo contrário. Apenas tinha um céu azul e frio um conjunto de construções de concreto cinza. Estradas, prédios, templos, tudo era frio e triste. Tudo era de concreto e passava uma aura de tristeza que eu não sei explicar. Mas no meio de tudo isso surgiu uma figura de luz.

Lá estava você, parado de frente para mim, alto, imponente, com olhos confiantes e profundos e ao seu redor, uma enorme força, que no entanto passava uma calma e uma paz diferentes da do resto do mundo. Você não se encaixava naquela paisagem, era belo e perfeito demais para aquele lugar. Uma beleza marmórea em meio uma selva de concreto e uma aura divina em meio a terra dos homens pecadores. 

Foi apenas um vislumbre. Não conversamos, não fizemos nada, e eu logo estava de volta ao mundo real, novamente consciente do meu corpo e da musica que tocava. Mas agora com uma estranha imagem gravada no meu peito. A daquele anjo de mármore no meio de um mundo de concreto. A daquele sol a brilhar num mundo frio e a aquecer a minha pele e o meu coração, a sua imagem.
O que significará essa visão? Será um vislumbre de um novo sentimento que aos poucos vem crescendo dentro de mim? 

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