terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Espada

Caminhadas são sempre um exercício revigorante para o corpo e para a mente. Ao que parece o ar fresco renova as energias que gastamos normalmente e acalmam também nossa mente... Não sou muito ativo no que se refere a exercícios físicos mas as vezes faz bem renovar os ares... 

Hoje enquanto caminhava os pensamentos que tive logo cedo se marcaram ainda mais fundo na minha mente. Eu percebi com mais clareza que o mundo corre numa velocidade que não consigo acompanhar, e que isso significa que eu por vezes fico para trás. A vida de todos vai passando, todos vão crescendo, amadurecendo, e parece que eu continuo parado no mesmo lugar, sem crescer, sem evoluir ou amadurecer. 

Olho ao meu redor e os fatos que comprovam isso só vão se mostrando cada vez mais perceptíveis. As pessoas vão aprendendo com seus erros, superando seus obstáculos, usando suas cicatrizes como motivo para não repetirem os mesmos erros, e eu não. Enquanto todos crescem eu continuo com a mente estática, crescendo apenas no exterior. Mas o interior continua o mesmo, sempre com medo, sempre fugindo, sempre se escondendo e se acovardando, sempre chorando. 

Continuo cometendo os mesmos erros sempre. Me apego quando não deveria, sou incapaz de sentir algo saudável por outro rapaz, quem quer que seja ele, sempre sentindo tudo com o máximo de intensidade possível, sempre apostando todas as minha fichas em apostas impossíveis de se vencer. Sempre perdendo. 

E a história vai se repetindo todos os dias, mudando apenas os personagens. Como se a roda do destino nunca parasse de girar, mas que no meu caso possui apenas um pequeno ciclo fechado, E a espada desse mesmo destino sempre cai no mesmo ponto, nunca errando, nunca se desviando, sempre caindo sobre o coração da mesma vítima, no entanto sendo empunhada por inimigos diferentes, que eu mesmo escolhi.

Assim, depois de cair golpeado mortalmente, o destino se encarrega de me ressuscitar, para apenas ser golpeado novamente, repetidas vezes, dia após dia, até que um dia a morte seja definitiva e eu não mais precise sobreviver a esse inferno que eu mesmo provoquei... 

E dessa forma eu aos poucos vou compreendendo o alto preço que eu tenho de pagar por não ter crescido, por ter ficado estático, quando o mundo exigiu que eu crescesse...

Por isso a espada do destino continuará a cair. Ela vem de outro mundo, de um universo perdido no meio das nuvens, longe das luzes, inalcançável para qualquer pessoa, mas quando ela cai, sempre acerta seu alvo num golpe mortal.  E ela cairá té que eu consiga romper com esse seu ciclo demoníaco que vem destruindo minha vida... 

Mas como conseguir fazê-lo, se ela é lançada de um nível superior, onde ninguém jamais esteve? Isso significa que para evitar o golpe da espada eu preciso subir até por entre as nuvens, no nível superior? 

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