quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Resenha - Lovesick The Series

Gosto de boas surpresas, e quem não gosta? Afinal é ótimo quando você não espera por nada e é surpreendido com uma tonelada de coisas boas não é mesmo? Principalmente em se tratando de histórias, é bom se sentir cativado, sentir que participa de algo, é bom se sentir tão inteiramente absorto em algo que essa coisa passa a ser parte de você. 

Terminei de ver a primeira temporada da série tailandesa cujo nome é obrigatório na lista de qualquer amante de BLs: Lovesick - The Series! Obrigatória pois, mesmo não sendo a primeira do gênero, foi ela que de certa forma abriu as portas paras as séries que vieram depois. 

Lançada em 2014 e renovada no ano seguinte para uma segunda temporada ela inaugurou o que hoje estamos vendo no gênero lakorn BL, e mesmo sendo bem inferior, já adianto, as obras posteriores, o seu posto está mais do que bem conservado como a precursora desse movimento tão lindo. 

Como assisto a maioria das coisas por indicação dos grupos de fãs de BL do Facebook eu a deixei por muito tempo no limbo da lista de espera, mas decidi ver antes de começar outras mais novas que também se encontram por lá, e antes também de acompanhar as atuais, ainda em lançamento.  

E olha, não poderia ser uma surpresa mais agradável. Admito que a expectativa estava bem baixa, justamente pelo fato de ter sido produzida antes de toda a experiência do meio. E essa é justamente a palavra chave da resenha de hoje: Experiência.

O que mais me marcou em Lovesick foi a presença inexperiente dos atores que eu já conheço tão bem de tantas outras produções. Claro, todos ainda crus, em processo de aprendizado, mas ver que de onde vieram os artistas que hoje eu tanto admiro foi uma experiência simplesmente fantástica. Em cada cena a gente se depara com um rosto conhecido dessa ou daquela série, desse ou daquele filme... 

O plot da série é diferente das que se seguiram a ela, não foca em um casal apenas mas numa gama impressionante de personagens. Tem gente pra caramba, e óbvio que nem todo mundo foi bem desenvolvido, coisa que, espero eu, tenha se resolvido na segunda temporada, com 36 episódios. A sinopse não revela nada do enredo, e diz apenas: 

Baseada na BL novel online “Lovesick:A caótica vida dos garotos de shorts azul.”A série acompanha a vida de garotos do ensino médio, e suas paixões e desilusões amorosas na adolescência. Além de rivalidades, pressão familiar e dos colegas, relacionamentos, etc.

A primeira surpresa foi a faixa de abertura, SHAKE do Boy Sompob, que eu já conhecia por ter cantando a Trilha Sonora Original de Waterboyy - The Movie, e que coisa boa ver que ele já fazia parte do meio BL nessa época... 

O foco principal da série é o relacionamento entre Phun e Noh, que por conveniência decidiram fingir um namoro gay. Phun é presidente do Conselho estudantil e filho de um homem rico, que quer obriga-lo a se casar com uma desconhecida. Noh é líder de uma banda que por um erro no orçamento pode vir a ser prejudicada se o presidente do conselho não ajudar, coisa que ele faz em troca de Noh se passar por seu namorado, para que a sua irmã caçula (amante de BLs) o ajude a convencer seu pai a não obriga-lo a se casar. 

Muito embora esse plot tenha sido esquecido ao longo dos 12 episódios da primeira temporada foi por causa dele que os meninos começaram a confundir sua relação. O resto é o que dá o preenchimento da história. Eu gostei do absurdo que isso parece. Imagine, um garoto aceitar se passar por gay para não casar e o outro aceitar para não prejudicar os amigos? É fantástico. 

Mas as coisas boas na vida deles acabam aí, já que eles logo passam a sentir algo mais um pelo outro, e como ambos tem namoradas essa confusão na cabeça deles é garantia de muitas lágrimas, e também risadas, além de momentos românticos, claro. Nesse ponto a série é muito bem equilibrada, nem o drama e nem a comédia tomaram o brilho do outro, foi muito bem balanceado, fazendo os episódios de pouco mais de 40 minutos se tornaram pequenos. Com exceção dos dois primeiros, que de fato são bem difíceis de engolir, dado aos fatores que direi logo adiante.

Os problemas que a série apresenta, completamente compreensíveis, são todos de ordem da direção e roteiro. Ambos meio confusos em toda a série, mas ainda piores nos dois primeiros episódios. Tentaram colocar histórias demais que não relacionavam tanto entre si. Ainda que a maior parte dos personagens se conheça ficamos muitas vezes nos perguntando se era mesmo necessário explorar tantas histórias assim. Algumas bem chatinhas, aliás... Mas fora isso, achei o conjunto muito satisfatório, sem muito a dever das séries que hoje passam nas telas tailandesas.

Eu gostei do desenvolvimento do casal principal, e achei bem fiel no quesito "peso na consciência" que os meninos costumam sentir ao descobrirem sua sexualidade e também na batalha interior entre medo e desejo. Sem exageros nem cômicos e nem dramáticos foram bem felizes nessa parte do roteiro. Eles realmente se sentiram doentes, ao ficarem juntos, mas ao mesmo tempo sabiam que o que sentiam era forte demais para ignorar, estavam "doentes de amor"!

Agora minha parte favorita: o elenco! Claro, nenhum deles tem uma atuação fabulosa, mas eu me empolguei por reconhecer tantos rostos familiares, sinal de que poucos não se mantiveram no meio... 

Começando pelos protagonistas, Phun é interpretado por Phumphothingam Nawat (White) que eu conhecia de Water boyy - The Series, como Fah, foi bom ver como foi seu começo, e embora em Water Boyy seja hétero, ver que também foi o precursor de tantos casais fofos do BL que tanto amamos foi incrível... Ele faz par com o Noh, interpretado pelo Kongyingyong Chonlathorn (Captain) que, mesmo não fazendo meu tipo, é tido como um dos queridinhos das meninas por lá... Ele atuou também em U-Prince, como o White,  e em Love Songs Love.

Minha maior surpresa foi o Luangsodsai Anupart (Ngern), que eu conhecia de Water Boyy – The Movie, o que me marcou como um dos meus filmes favoritos de todos os tempos! Um dos poucos que ainda me faz chorar toda vez que vejo... Aqui ele também faz um personagem gay, e bem mais resolvido que no filme, que no entanto não foi muito explorado, exceto em sugerir um possível triangulo amoroso com o casal principal na próxima temporada.

Outro rosto conhecido é o de Cheewagaroon Harit (Sing), figurinha carimbada de Senior Secret Love: Puppy Honey, Slam Dance e My Dear Loser. Um fofo ele...  Também tem a estréia de Arpornsutinan Chanagun (Gun ou Gunsmile) que fez o Prem de SOTUS e que também participa de My Dear Loser, e já confirmado para retornar em SOTUS S. Mas talvez a carinha mais conhecida seja a do fofíssimo orelhudo Kuariyakul Jirakit (Toptap) que tem uma lista longa de participações em lakorns, BL ou não, sendo a mais marcante em Water Boyy – The Series.


Por fim, Lovesick nos dá uma história excessivamente fragmentada pela quantidade de personagens, mas que soube manter o equilíbrio entre momentos de drama e descontração, faltando só mesmo um pouco mais de romance. Como já disse, simplesmente indispensável na lista dos amantes de BL, tanto pelo valor histórico quanto pela trama. 

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