sábado, 21 de outubro de 2017

Resenha Project S - The Series "Side by Side"

Acredito que um dos prazeres da (minha) vida seja o contemplar o belo. Oh, tenho uma inclinação natural ao contemplativo que apenas o próprio ato de contemplar pode tornar-me contente, é apenas na contemplação que minha alma encontra alento, força para continuar a viver. 

Das coisas que meu coração tende a contemplar espaço especial tem aquelas histórias de amor que, sendo perfeitas e suficientes por si, tem o poder de preencher os espaços vazios do meu âmago, e até mesmo os espaços que não sabia ter acabam preenchidos. 

Assim me senti ao terminar uma história que há muito adiava, aumentando a expectativa em escalas atômicas quase imensuráveis. A segunda temporada de Project S - The Series é diferente da anterior, mas igual em qualidade e quase mais emocionante também. "Side by Side" foi, desde o anúncio da série, a minha maior espera. Assisti "Spike" apenas pra não pular, e me surpreendi grandiosamente, e com a segunda, ainda que a expectativa fosse grande, consegui me emocionar ainda mais. 

Conheça o caloroso poder do amor de uma família de esportistas, através da história de duas viúvas, Tum (Ple Hattaya Wongkrajang) e Tang (Sukwan Bulkul). Vizinhas, elas criaram os dois filhos ajudando-se mutuamente, como se o filho da outra fosse o seu. Os dois garotos cresceram como irmãos. Yim (Tor Thanapob), filho de Tum, é autista e seu desenvolvimento mental e físico é de uma criança de 6 anos. Tang, ex atleta de badminton, que pratica o esporte com seu filho Dong (Sky Wongravee), decide treinar Yim na prática esportiva, com a esperança que isso o ajude no seu desenvolvimento. Entretanto, um verdadeiro milagre acontece quando eles descobrem que Yim é um excelente jogador de badminton, superior a Dong. Tang, então, decidem formar uma dupla profissional entre Yim e Dong. Mas ninguém, nem mesmo a própria família, parecem estar preparadas para as dificuldades que essa decisão irá causar.

Por incrível que pareça a história é só isso, e acredite quando digo que já é o suficiente pra grossas e pesadas lágrimas. 

Primeiramente todos nos tornamos reféns da doçura de Yim, e apreensivos com suas constantes crises. Tendo um elevado grau de dificuldade de socialização o jovem não consegue assimilar o básico do comportamento que se tem ao se lidar com o próximo, e explode com facilidade, deixando sua família embaraçada e os desconhecidos assustados. Sendo ele um atleta dedicado e talentoso ele é, nesse campo, superior ao seu primo, o que somado a sua necessidade de atenção e carinho constante acaba por deixar Dong por viver a sombra de seu primo, sendo sempre deixado em segundo plano, ou tendo de se sacrificar por ele. 

Obviamente temos um questionamento de valores em todos os episódios, e não é de se surpreender que cada espectador comece a se perguntar como seria sua própria conduta em tal situação. Todos os pontos de vista são justificáveis e compreensivos, ainda que o pareçam cruéis e egoístas, o que nos leva a temática principal: o amor ao próximo e a si mesmo. Qual o limite que separa os dois, e até onde se deve sacrificar em função do outro? A realização está no fazer a própria vontade ou no fazer o outro participante de nossa alegria, ou ainda de participar na alegria da realização do outro? 

Essas são apenas algumas das perguntas que fiz a mim mesmo enquanto chorava rios, sorrindo e esbravejando ao mesmo tempo. 

Além de uma história emocionante, um roteiro muito bom, temos também atores excelentes. Já havia dito que Project S é muito superior a maioria das séries tailandesas que já vi, e de fato a qualidade nessa segunda temporada se manteve. 

Tor Thanapob, que não conhecia,  é simplesmente genial em sua atuação. Suas explosões de fúria, bem como momentos de alegria são como que verdadeiras pérolas. Nada menos do que um esforço hercúleo em representar um personagem total e completamente distinta que qualquer outro personagem. Aqui não era apenas uma personalidade que devia ser representada, mas uma dificuldade real. Anseio por vê-lo agindo "normalmente" agora, pois como autista ele simplesmente me cativou. Preocupava-me com alguns vídeos que via durante a divulgação, e perguntava-me se um ator tão bonito teria o talento para tal missão, pois bem sei que o mundo do entretenimento tailandês preza muito mais pela beleza do que pelo talento. Me enganei completamente! O cara, além de um tremendo gato, é um grande ator. As atrizes que fazem as mães também são muito boas, já quero fazer parte da família!

Sky Wongravee foi outra surpresa. Olhei sua ficha online e de fato ele não esteve em nada que eu ja tenha visto, e me apaixonei a primeira vista. É sério, ele é o meu príncipe encantado! Muito embora o seu personagem basicamente só tivesse duas expressões básicas, ódio e tristeza, ele ainda me encantou. Talvez mais pela beleza do que pelo talento, mas ainda assim reconheço, ele chora muito bem, e tem profundidade pra personagens complexos, pois consegue apenas com a expressões nos passar uma gama enorme de pensamentos concretos, não apenas emoções. Em mais de um momento ele, sem dizer nada, nos disse muita coisa apenas com as expressões. Detalhe ainda para os, poucos, sorrisos que ele deu, que sorriso lindo! (Já quero BL!)

Sim, infelizmente a série não é BL, e tudo o que temos é um beijo rápido entre os priminhos (foto que não é spoiler porque aparece no trailer), o que parece ser uma prática comum na família dele, mas nada realmente BL, nem as insinuações mais do que declaradas da temporada anterior. 
Claro, isso não tira o mérito da série, e quase não encontrei defeitos. Bom, a narrativa é um pouco lenta demais em alguns pontos, o que nos deixa com a impressão de que mais coisa deveria acontecer, e olha que a série só tem 8 episódios. Também senti falta de um alívio cômico, de fato cômico, pois rir de um garoto autista não é legal. Não tinham muitos personagens desenvolvidos, e exceto pela menininha que era amiga de infância dos primos, quase ninguém apareceu fazendo outra coisa senão observar atônito a complicada realidade familiar deles.

A trilha sonora é de novo outro ponto positivo, não tão boa quando a de "Spike", mas ainda excelente em fortalecer o clima de cada cena. Destaque pro encerramento, fenomenal!

Finalmente temos um Drama com D maiúsculo, para ver ao lado de um pote de sorvete e caixas de chocolate, além de muitos lenços. A história é emocionante, cativante, e você sente vontade de fazer parte dela mesmo sendo absurdamente triste. Mais do que obrigatória para qualquer um que queira se emocionar e refletir, sobre o próprio amor e sua relação com o próximo.

4 comentários:

  1. Boa apreciação... Tor eu o conheci em Hormones The Series e o filme Os Nadadores (com o March Chutavuth Pattarakampol; direção de Sophon Sakdaphisit)... Essa série é muito boa, a o desempenho do Tor é maravilhoso... Concordando...

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    1. Ele tá muito acima da maioria dos atores dos BLs colegiais... Vou passar a acompanhar os outros trabalhos dele com certeza!

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  2. Você gosta de assistir séries Bl's? Se sim, será que você poderia me indicar, para assistir?

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  3. AMOOO... OLha, super indico os clássicos SOTUS, Together With Me, 2 Moons, Lovesick, My Bromance... e os novos Love By Chance, My Tee, Sotus S!

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