sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Seu nome

Quase duas da madrugada, e enquanto voltava para casa, observando as cores e as luzes passarem como flashes pela janela do carro, a sua música começou a tocar. Não me lembrava dela naquele CD, e levei alguns segundos pra perceber as lágrimas que escorriam e aqueciam o meu rosto. Não entendia o motivo daquele choro, mas logo percebi que era uma reação automática do meu corpo ao ouvir o seu nome. Não precisei pensar para chorar ao ouvir seu nome, mas qual o problema disso?

O problema está no sentir, no que eu senti. Está no que vivi, no que acreditei; o problema está na forma como acabou, como acabamos, o problema está na história que se encerrou antes mesmo de seu ápice; o problema está em todas as coisas que precisavam ser ditas, mas que não poderiam ser compreendidas. 

Eis me aqui agora, sob a luz do poste, sob a cruz do seu nome a ecoar no rádio e no meu coração. O que eu farei? Se quando chegar em casa não haverá nenhuma ligação sua no meu celular, se quando me deitar para dormir não haverá a certeza de que dormiu pensando em mim. E mesmo depois de tanto tempo, ainda dói, e ainda choro, apenas por ouvir seu nome. Mas é mais do que isso, são as poucas letras que, juntas, me trazem a um mundo de escuridão, onde as poucas luzes de suas memórias me cegam a alma e me fazem desejar sumir. 

Eis me aqui agora, sob a luz, sob a cruz, chorando ao lembrar de tua voz... Ao que me parece será uma longa noite... As gotas de chuva na janela parecem ser uma solidariedade dos céus em chorarem comigo. Necessito ser consolado pelo cosmos pois você não está comigo! O que farei? Para onde devo ir? Não quero ir para casa, naquela cama fria. Mas também não quero ficar aqui, no meio do nada, chorando por ouvir seu nome. Eis me aqui agora, e não sei o que farei... 

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