domingo, 8 de outubro de 2017

Paralisia

O Sol forte me incomodou. Minha pele sentiu-se atacada pela violenta onda de calor que do mundo se desprendeu contra ela. No entanto não foi o que me machucou, antes fosse, mas pelo contrário, se pudesse escolher sofreria o calor de dez sóis, ao invés da frialdade que agora corta meu coração. 

Tal frialdade paralisou a minha alma, e já não há mais como o calor do sol me aquecer. Isso porque o aço que agora se encontra dentro de meu coração está ligado a corrente do destino, aquele corrente inquebrável que conduz a alma humana a um ciclo de condenação eterna...

Qual a minha condenação eterna? A traição ininterrupta por parte daqueles que amo, e que me abandonam por conta de suas próprias paixões. É a condenação de amar mas nunca ser amado da mesma forma, e ainda ser enxotado por aqueles a quem entreguei meu coração.

Por vezes reclamamos dos espinhos que a vida dá mas esquecemos que ele sempre vem com as flores. Não digo isso para amar as flores apesar dos espinho, mas para que eu mesmo perceba que a vida apenas nos dá os espinhos, disfarçados pelas rosas. Quando as soltamos no chão, machucados pelos espinhos, resta-nos apenas a lembrança da beleza que tínhamos em mãos...

Algumas lembranças doem, algumas promessas quebradas mais ainda. Alguns aprendizados deixam em nós uma marca tão profunda que certamente não desaparecerá durante toda a vida, uma cicatriz. O que fazer com ela senão apenas recordar do a causou e não tornar a cair na mesma armadilha? 

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