domingo, 29 de outubro de 2017

Resenha "My Bromance - The Series"

Busquei várias maneiras de começar a escrever a resenha deste domingo, mas ainda me encontro sem palavras para expressar o que sinto. É uma mescla de extrema felicidade, com um forte toque de fofura obsessiva e claro, muito amor! Dito isto, é com gratidão que guardarei a série que acabo de ver, My Bromance - The Series, e que certamente redefiniu o meu conceito de QUALIDADE!

Diferentemente da maioria das coisas que vejo essa não foi indicação de algum grupo do Facebook, mas havia baixado aleatoriamente enquanto buscava algo bom na internet, e depois de ver o filme que a inspirou (de mesmo nome, do qual falei aqui) eu decidi acompanhar, e agora me arrependo por não tê-lo feito antes, ou por não ter assistido mais pausadamente... 

Bom, como ja disse, a série é baseada no filme de mesmo nome e mostrou basicamente a mesma história, com as mudanças óbvias de um roteiro para um filme de quase duas horas para uma série de doze episódios. O plot permaneceu inalterado, enquanto a forma como a história foi desenvolvida foi melhor explorada. 

Bank se muda para a casa do novo esposo de sua mãe, e conhece Golf, filho de seu padrasto, um garoto problemático que não aceita o novo relacionamento do pai e nem seu novo irmão. Na tentativa de compreender e ajudar seu novo irmão ele acaba descobrindo mais sobre seu passado enquanto tenta superar seus próprios traumas e complicações. Vemos então um romance se desenrolar entre os dois em 2008, ao mesmo tempo que vemos eles ainda resolvendo seus problemas em 2016, quando ambos retornam para a Tailândia, percebendo o quanto ainda se sentem atraídos um pelo outro. 

Primeiramente eu gostei muito da forma como se desenrolam os episódios, pois parte da história se desenrola no passado e outra parte no presente. Achei interessante essa perspectiva pois as respostas das questões atuais se encontram muitas vezes no passado e dessa forma a narrativa pode ser mais diversificada e ainda explorar a curiosidade do espectador. Por exemplo, logo de cara vários problemas foram apresentados, como a morte da mãe de Golf e como ele e seu "irmão" começaram a namorar e terminaram de forma aparentemente trágica, mas cujas respostas só são encontradas vários episódios a frente. 

Temos então no passado um Bank meigo, companheiro e esforçado, que tenta ter um bom relacionamento com Golf, que ao contrário só quer fazer com o que pobre saia de sua vida e leve sua mãe junto. O Golf do passado é grosso, vingativo e muito complexado. Só eu identifiquei uns três distúrbios de personalidade nele e ainda perdi a conta de quantas pessoas ele esmurrou na série. Eu simplesmente passei a odiá-lo nos primeiros 3 ou 4 episódios, tamanha era a maldade dele para com o fofo do Bank, que só queria ser legal. Só aos poucos ele foi compreendendo que preferia estar próximo dele e que para isso precisaria mudar, ser mais amável e compreensível, enquanto tentava lidar com os sentimentos que cresciam dentro de seu coração, sem que ele entendesse.

No presente Bank está noivo de um americano, e se tornou um profissional respeitado, além de responsável e preocupado em cuidar da família. Golf se manteve afastado por oito anos e continua rebelde, mas voltou decidido a reconquistar seu irmão, muito embora suas abordagens quase nunca sejam as mais corretas. 

O roteiro é o ponto forte da série. Sério, simplesmente fantástico. A forma como arramaram a trama foi bem desenvolvida, e exceto por alguns exageros bem típicos das séries tailandesas eu considero um dos melhores dos lakorns BLs que já vi. Enquanto exploravam o delicado processo de entendimento entre os irmãos várias subtramas são desenvolvidas, e quase todas muito interessantes. Vários personagens foram bem explorados e como todos estavam bem ligados ao casal principal todos contribuíram de certo modo pro crescimento da história e do amadurecimento dos mesmos personagens.

Essa é talvez a coisa que mais me chamou a atenção, a forma como mostraram o amadurecimento de cada um. Desde um Golf grosso, que queimou as roupas do irmão e que depois buscou tentar ajudar os amigos para que ninguém sofresse perto dele ao Bank ingênuo que buscou superar a separação e ficou noivo de um estrangeiro, afinal não poderia ficar para sempre preso ao passado. Claro que quando eles se reencontram, oito anos depois, é normal que a carga afetiva retorne no máximo, o que pode passar a ideia de que eles nada mudaram em todo esse tempo, mas logo entendemos que a forma que ambos lidam com os problemas é diferente agora. E claro, eles se relacionam de tal modo que passamos a desejar de forma obcecada que fiquem juntos de qualquer maneira. 

Um dos poucos pontos negativos é a atuação, que não é das melhores. Na Songkhla Patpasit (Cooper) foi excelente nas cenas onde Golf explodia de raiva, e foi o que melhor demonstrou ter uma gama variada de expressões, pois soube ser sério, malvado, engraçado (muito) e até mesmo romântico. Além de ser um dos caras mais gatos de que me recordo nessa longa experiência em séries tailandesas, coisa que eu com certeza não poderia deixar de comentar. Mesmo sendo um completo idiota nos primeiro episódios ele ainda conseguiu minha atenção, mas também, com um olhar desse, quem é que não se apaixona?

Chaiya Jirapirom, que fez o Bank, é um fofo (meu crush, ninguém toca) e conquista pela doçura de seu olhar, mas não pela atuação. Ele é a cara do Beam de Make it Right, por isso me apaixonei. Achei o personagem um pouco mais apagado do que deveria, e acho que por ser o protagonista deveria ser um pouco mais decidido e não tão passível aos outros. O lado bom disso tudo é que a série não perde pela fraca atuação, mas o trabalho de direção e roteiro foi tão bem construído que conseguiu superar essa dificuldade. Se salva pela beleza e pelo carisma, aliás, aposto que aquele sorriso conquista até terrorista se quiser.
A trilha sonora incidental é fantástica e, principalmente nos primeiros episódios, contribuiu grandiosamente para a construção das cenas. A primeira metade da série é particularmente aflitiva, de tão dramática. 

Outra coisa que poderia ser melhorada, e que espero seja resolvida na 2° temporada (já confirmada), é a construção das cenas mais românticas (leia-se beijos e cenas de sexo). Os beijos foram aquela coisa que já vimos em Make it Right e Lovesick, e agora o povo quer tudo no nível de Together With Me, que se destacou justamente pela ousadia nessas cenas. A última cena mais quente, digamos assim, foi feita de forma delicada, bem artística, mas ainda assim não conseguiu ser lá muito realista, embora tenha um importante valor pra história. 

O conjunto da obra é uma série equilibrada, com um história incrivelmente cativante, que te prende do começo ao fim e faz querer ver todos os episódios de uma só vez. Tive de me controlar para não assistir demais e acabar prejudicando a faculdade, mas ainda assim a vi em pouquíssimos dias. A produção peca aqui e ali, em alguns momentos pelo exagero e outros pela falta de química entre os atores. 

Como disse no início, agora preciso redefinir a minha lista de séries favoritas, e My Bromance certamente vai parar no topo agora, e espero ansioso pela segunda temporada, a única coisa capaz de me tirar do limbo desesperador da depressão pós-série. Infelizmente ela não me pareceu ser muito reconhecida aqui, ao menos não nos grupos que participo, o que é uma pena, pois tenho certeza que a maioria iria, assim como, se apaixonar por ela!

9 comentários:

  1. Amo "Sotus The Series" (Thai), e gosto dos clichês referentes à ingenuidade, pureza d'alma desses seres protagonistas "juvenal juvêncio" dessas séries yaoí/ BL ... kkk são previsíveis, e adoráveis, divertidas e dependendo do clichê até que fica bem kkk Sotus foge quase sempre disso tudo... - Hiran Pinel

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    1. Também gosto muito, acredito que me identifico mais com essa abordagem do que as séries que exploram personalidades mais sérias. Sotus é uma das minhas favoritas também,e acho que é uma das melhores já produzidas na Tailândia...

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  2. esqueci: adorei seu texto, como disse lá no face... Explorando seu blog, que está lindo... achei.. fui

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    1. Muito obrigado <3 Isso me faz querer continuar escrevendo haha

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  3. Virei fã tanto do filme com os Fluks produzido pela Wayufilm e tanto dessa série com esses atores também.
    E esse ano a Wayufilm vai lançar uma série baseada no filme com os Flukes no papel principal e novos personagens, tô numa ansiedade pra Bank e Gof (do filme) juntos novamente num final feliz

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    1. My Bromance foi um dos meus filmes favoritos, a ansiedade pra essa continuação já vem de anos kkkkk

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  4. Eu comecei a ver agr e quase dropei, mas graças a sua review irei dar mais uma chance

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    1. Olha, eu gostei muito, e depois de ter feito essa review eu já assisti mais duas vezes. E continuo gostando kkk Depois volta aqui e me diz o que achou.

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  5. Faltou sua nota aqui. Como vc sempre coloca em cada resenha.

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