domingo, 14 de maio de 2017

De mãos dadas

Uma noite se passou, o sol já veio surgindo, e com o raiar do dia eu esperava também despontar numa nova alvorada, mas ao que parece continuo com o mesmo gosto ruim da derrota na boca, e uma sensação de extrema impotência a paralisar minhas pernas...

Estava certo, deveria me livrar daquele sentimento, ou melhor, nem deveria ter permitido que ele me dominasse dessa maneira, mas agora é tarde demais, e é essa certeza do fracasso em ter voltado a amar que me incomoda, que me torna fraco, covarde demais para fechar meu coração e assim não mais sofrer.

Eu me abri novamente, e fui traído mais uma vez por aquele em quem depositei minha confiança... Onde estará agora meu futuro? Só me resta retornar ao buraco do qual eu nunca deveria ter saído.

Já começo a pensar que seja esse o meu lugar. Talvez meu destino não seja ao lado de alguém, caminhando de mãos dadas em belos campos verdes, mas um futuro solitário, onde não exista ninguém ao meu lado. 

Deveria não ter nascido neste mundo, pois rodeado de pessoas me sinto ainda mais sozinho. Se vivesse portanto num mundo sem ninguém talvez não sentisse falta, e nem teria inveja daqueles que tem um amor ao seu lado...

Fecho os olhos e começo a sorrir de mim mesmo... Que patético eu sou, o quão miserável eu me tornei. E talvez seja esse mesmo meu destino, o que mais poderia ser reservado a uma criatura tão desprezível assim senão a solidão eterna e a condenação de apenas invejar a felicidade do outro e desejar o coração daquele que nunca será meu...

Nenhum comentário:

Postar um comentário