terça-feira, 16 de maio de 2017

Decisão?

Num momento de suspensão da razão escrevi com meu coração este poema:

"Acredita que já me apaixonei por um abraço? 

Não era um abraço qualquer, era um daqueles fortes, sinceros, verdadeiros.  

Não era um daqueles que esmagava as costelas, mas que apertava o coração.

E naquele breve instante, em que dois corpos se abraçaram, dois mundos se chocaram, dando início a uma nova criação..." 

Mas a reação não foi como esperei, e eu lamentavelmente caí na armadilha do destino, que mais uma vez decidiu-se por divertir-se com meu amor... 

Tomei então a difícil decisão de me antecipar ao que já seria trabalho do destino e me afastar. Sei que ele se encarregaria de alguma forma de fazer isso quando já fosse doloroso demais para meu coração sonhar em viver sem ele, pois é sempre assim... Ele espera que eu me apegue de tal e, como num golpe de espada, corta os laços que me unem aqueles que eu amo de maneira que não podem mais serem restabelecidos.

Mas dessa vez eu mesmo farei seu trabalho sujo, eu mesmo me afastarei do homem que amo pois já percebi em seu olhar a distância a qual o destino nos lançaria... 

Perguntaram-me se eu estava certo dessa decisão, se deveria realmente me afastar sem dizer a ele o que sinto, e ainda estou confuso quanto a isso. Mas sempre que digo a verdade sobre meus sentimentos as pessoas se vão, assustadas com minha tempestuosa intensidade, logo iríamos nos afastar de qualquer maneira.

Talvez minha decisão tenha sido tomada com base em atributos infantis, pois o resultado em ambas abordagens seria o mesmo, o afastamento, e ainda assim preferi eu mesmo tomar a decisão de fazê-lo.

Claro, a ideia de ter sido esta uma decisão livre é completamente falsa, afinal eu não me sinto livre, muito pelo contrário, me sinto dançando apenas na palma da mão do destino, que sorri de minha patética tentativa de me soltar das correntes que eu mesmo atei em meus punhos.

Isso me irrita, saber que o destino se diverte as minhas custas, as custas da minha dor e da minha confusão. Me irrita saber que meu amor não passa de uma diversão macabra para ele, e me irrita saber que mais uma vez eu caí em suas armadilhas sem pensar duas vezes... Acreditava estar enxergando a verdade quando realmente estava apenas tapando a visão com minhas próprias mãos, e andando mais uma vez em direçao ao precipício que ele preparou para meu corpo repousar.

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