segunda-feira, 15 de maio de 2017

Solitários

Somos criaturas assustadas não é mesmo? 

Tememos a solidão mais do que qualquer outra coisa pois sabemos que não somos capazes de nada sozinhos. Mas é irônico temer uma coisa inevitável... Deveríamos apenas aceitar que, no fundo, somos criaturas solitárias. 

Sabemos porém também, que as pessoas são incapazes de permanecerem em nossas vida para sempre, e inventamos mil formas de as prender, tudo para aquietar esse medo assombroso do coração do homem que é a solidão.

No entanto todas as nossas tentativas de prender as pessoas não passam de maneiras risíveis de tentar evitar o inevitável: as pessoas sempre vão embora. Não adianta discutir, nem chorar, nem inventar pretextos para que isso não aconteça, as pessoas sempre vão nos deixar em algum momento, e aquele medo de que falei lá atras se tornará ainda mais apavorante... Mas é irônico temer uma coisa inevitável... Deveríamos apenas aceitar que, no fundo, somos criaturas solitárias. 

Em dado momento da vida todos vão nos deixar. 

Sejam elas amigos importantes, familiares, namoradas... 

Todos se vão.

...

Fico aqui sozinho, pois o medo de ficar só me paralisa, e não posso ir atrás de nenhum deles, são livres, mas sinto que sou o único a andar acorrentado num mundo de pessoas livres.

Amigos nos traem, familiares morrem, namoroso terminam, e no fim, nossa própria vida também acaba. 

Qual o sentido então de tudo isso? 

Qual o significado de ter de viver sempre superando a ausência de alguém que era importante e que nos deixou? 

Será esse um aprendizado tão importante assim? 

Olhe bem ao seu redor. Preste atenção naqueles que o cercam hoje... Seus pais, professores, aquele amigo com quem conversa diariamente no WhatsApp, sua namorada... Amanhã nenhum deles pode estar aqui. E não adianta querer evitar isso, dizendo a seus pais o quanto os ama, eles vão morrer do mesmo jeito, nem dizer o quanto a amizade daquele rapaz é importante, ou o quanto você está apaixonado por aquela pessoa: no fim, todos vão te deixar ai, sozinho, com nada além das recordação dos bons tempos que passaram juntos a te consolar...

É um destino cruel não? Uma pedagogia de ferro usada para ensinar uma lição dura... 

Mas parece que nunca aprendemos. Continuamos com medo... 

E é irônico temer uma coisa inevitável... Deveríamos apenas aceitar que, no fundo, somos criaturas solitárias. 

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