sábado, 20 de maio de 2017

Risível e patético!

Eu estou desde ontem deitado na cama... Tomei um remédio forte que peguei com a psiquiatra e dormi mais de doze horas, e hoje já repeti a dose...

Tudo isso porque não consigo parar de pensar nele, e quando penso nele fico deprimido. Mas também estou deprimido por não ter motivos para sair daqui. É um beco sem saída... 

Não tenho motivos pra continuar a viver, e no entanto não consigo colocar um fim em tudo isso... Como se houvesse em mim ainda alguma coisa, alguma parte de mim que ainda quisesse lutar. Algo em mim me impede de desistir. Mas tudo o que eu quero agora é desistir.

Desistir de mim mesmo, da vida, de tudo e de todos os que me fazem sofrer e sentir dor. Dói tanto quando penso nele, em como ele deve estar feliz longe de mim, em como ele deve se sentir bem por ter se afastado de alguém tão perigoso, tão tóxico... Por isso quero dormir, para fugir dele.

Não, isso está errado!

Não tento fugir dele, mas sim do sentimento que criei por ele sem seu consentimento, e da minha absurda mania de me sabotar, de provocar a dor em mim mesmo... É disso que tento fugir...

Por isso quero dormir, e não sair daqui. Para não ter de olhar os outros me acusarem de ser um fracassado patético!

Sair da cama se tornou pesado, cansativo, extremamente cansativo, e só de pensar nisso já me reviro de pavor. Não quero sair, não quero conversar com ninguém que não seja ele, nem ver ninguém que não seja ele.

Mas ele já me deixou, assim que descobriu a verdade sobre mim, e assim que notou minhas verdadeiras intenções. Pois foi só isso que ele notou, intenções, não foi capaz de notar ou sentir meus sentimentos. Como sempre.

Ele se foi como uma borboleta que delicadamente pousou no meu dedo e depois voou, para bem longe de mim, do meu jardim, me impedindo de ver suas cores e o bater de suas asas... Eu, como uma flor imóvel, só pude ficar ali olhando, e sonhando com ela, esperando pelo dia que retornasse. Mas não retornou. Tudo o que restou foi a impressão que ela deixou em meu coração, e a certeza de que nunca mais vai voltar.

Igual a todas as outras milhares de vezes que me apaixonei eu não fui capaz de transmitir meus verdadeiros sentimentos. Minhas palavras foram ineficazes, bem como os poemas e as imagens que eu ridiculamente empurrei nele... Como foram risíveis e patéticas as minhas tentativas...

Assim como tudo que eu faço... Risível e patético!

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