O que é homem? O que nós somos? O que define nossa essência como pessoas, enquanto
humanidade?
O que nos diferencia de todas as outras coisas existentes
nos colocando entre aquelas coisas que são únicas? O que nos torna diferentes
de tudo e de todos que existem e o que nos torna semelhantes? É possível dar ao
homem esses conceitos e definições?
Quem tem portanto o direito de nos julgar
e de nos classificar?
Existe alguém com
tal direito?
O que faz de um homem, um homem?
Seu caráter? Suas ações? Seus valores? Ou apenas o que tem no meio de suas pernas, ou sua preferência sexual?
Algumas das questões que me surgiram no dia de hoje, e que
me devolveram ao meu estado de angústia habitual. A reflexão me traz angústia
quando chego a alguma conclusão desagradável ou quando não consigo chegar a
conclusão alguma... Nesse ponto sou como uma criança que deseja apenas uma
resposta, não uma qualquer, mas uma que seja agradável aos seus ouvidos de
criança.
Tenho em mim valores que me são íntimos, fazem parte de quem
sou, e mesmo que alguns deles mudem com o tempo, sendo hoje diferentes do que
já foram um dia, são eles que definem quem eu sou! Não gosto portanto de ser
colocado em gavetas e rótulos que não me agradem. Não podem chegar e
simplesmente me dizerem como viver minha vida. Não quero portanto viver sendo o
que me obrigam a ser, não tenho de ser o que os outros querem, pois nunca o
serei de fato, tudo o que posso ser é eu mesmo, nem mais e nem menos do que
isso.
Algo que ouvi hoje me incomodou e tem sido como um espinho
pra mim. O que pode ser definido como um homem? Sempre acreditei que fosse
alguém que vive conforme seus códigos e valores, sejam eles quais forem, já que
existem tantas morais quanto pessoas sobre a terra, mas ainda assim o que pode
então delimitar os limites da nossa existência. Pergunto a mim mesmo, quem é o
outro para se sentir no direito de me julgar e classificar?
Acreditava ser conhecido de quem me disse isso, mas parece
que não. Aparentemente um detalhe simples como a orientação sexual é mais
importante do que o sexo biológico, do que os valores de uma pessoa, e no fim é
apenas isso que nos define. Não somos então diferente dos animais que só
reconhecem aqueles que lhes são semelhantes.
Incomodou-me o fato de toda a minha existência ser reduzida
a uma definição tão simplória da verdade, tão repleta de erros por não
considerar a totalidade da minha existência. Significa portanto dizer que não
sou nada. Nada!
E eu não sou nada, eu sou uma pessoa, eu sou homem, quer as
pessoas concordem com isso ou não!
Nenhum comentário:
Postar um comentário