segunda-feira, 12 de junho de 2017

Outros

Os últimos dias tem sido para mim um verdadeiro teste cardíaco. Minhas emoções estão afloradas como há muito eu já não via, e nem me recordava ser possível sentir tanta coisa e com tanta intensidade ao mesmo tempo... 

Além de numerosos os sentimentos vem e vão em diferentes frequências o tempo todo, se misturando entre si e trazendo a tona novos sentimentos que nem sequer lembrava que existia. Também tenho me surpreendido com algumas sensações novas, que por serem quase completamente estranhas me mostraram uma face de mim que eu mesmo desconhecia. 

Não sabia que era capaz de sentir ódio, ao menos não com tanta intensidade... 

Intensidade

Ta aí, se tem uma palavra capaz de me definir é essa! Tenho sentido tudo com muita intensidade, no nível máximo. Mas tudo o quê? Todos os sentimentos possíveis que uma pessoa poderia imaginar... 

Tudo tem me estressado, e todos parecem estar se esforçando pra ver o meu limite chegar... E olha, não falta muito... 

Parece que meus amigos resolveram fazer uma reunião pra tomar medidas que possam me tirar a paciência, francamente todo mundo ta trabalhando em prol de me irritar? 

Tanta conversa inútil, fútil... Gastam meu tempo com suas asneiras como se fosse obrigado a tolerar os desvarios alucinados de todos quanto se autointitulam meus amigos. E que grande porcaria tem se mostrado! Fico sozinho tentando resolver os meus problemas e ainda tenho de arranjar tempo pra resolver os de todos os outros, pois o mundo todo precisa que eu resolva seus perrengues com calma e tranquilidade, enquanto meu mundo desmorona e eu sou obliterado pelos meus próprios pensamentos.

A vontade que tenho é de desaparecer, mandar todos pra bem longe de mim e viajar na direção oposta.

Nada coopera. 

Ninguém coopera. 

Nada dá certo. 

Nada funciona. 

Eu não consigo fazer nada, pois estou ocupado demais com os problemas dos outros, ocupado demais me preocupando em agradar os outros, em fazer os outros não se matarem, em curar os outros, em não fazer os outros chorarem, em enxugar as lágrimas dos outros...

Os outros

Os outros

Os outros

Sempre os outros, nunca eu!

E eu? 

E quanto aos meus problemas? 

E quanto a minha vontade de morrer? 

E quanto as minhas lágrimas?

Essas não têm importância... 

Afinal, não faço parte dos outros...!

Enquanto isso fico aqui, sozinho no chão frio, no quarto escuro, enquanto tento resolver problemas que não são meus, e enquanto os meus próprios problemas crescem e me sufocam, me matam aos poucos..

E aqui sozinho eu grito, eu choro, eu soluço, mas ninguém vem ao meu encontro, ninguém se importa com os meus sentimentos que uivam raivosamente para mim e ameaçam cortar minha jugular com suas presas frias e fatais...

E aqui sozinho eu grito, eu choro, eu soluço, mas ninguém vem....

Ninguém vem...

Ninguém vem

Ninguém.

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