sábado, 17 de junho de 2017

Medo daquele olhar...

Sabe quando o dia é simplesmente incrível mas apenas uma frase é capaz de acabar com tudo? Ou quando algo tem tudo pra ser a experiência mais incrível de todas mas acaba sendo incrivelmente frustrante? 

É assim que me sinto hoje...

Ontem fui ao lançamento do livro de um homem que admiro muito, o Cardeal Raymond Burke, e esperei ansiosamente para esse evento por dias. No entanto, minha ansiedade me sabotou mais uma vez quando convidei um garoto especial para ir comigo. Além de ver vossa eminência reverendíssima eu também queria passar um tempo com ele, quem sabe conhecê-lo melhor, me aproximar mais... No entanto lá ele se mostrou extremamente frio comigo, e em alguns momentos até mesmo ríspido. 

Nem preciso dizer o quanto isso me abalou, e o quanto me arrependi de ter ido. Na verdade em certo momento, quando já tinha recebido várias respostas secas e frias, eu só queria sair daquele lugar, correr para longe, bem longe, e me esconder do mundo o mais distante que pudesse, e ali chorar, chorar até expurgar de dentro de mim todo sentimento que tenho por ele... Fiquei com nojo de mim mesmo por sentir tanto por alguém que sequer queria estar comigo. 

Ele deixou claro, bem claro que não gostaria de estar comigo, e isso me matou... Não consigo pensar numa forma melhor de expressar o que senti naquele momento, quando seu olhar, geralmente calmo e gentil, se mostrou frio e distante ao me fitar. 

Eu só queria morrer... 

Hoje o encontrei brevemente, muito embora mais de uma vez me tivesse surgido a oportunidade de me aproximar, eu preferi não o fazer. Fiquei com medo de receber novamente aquele olhar, que parecia querer me matar... Era selvagem, animalesco... 

Tive medo, estou com medo... 

Ele por outro ao se despedir de mim pediu-me desculpas pelo comportamento, e muito embora seu olhar gentil e seu abraço acalorado tivessem retornado, aquele olhar ainda está marcado no meu peito como fogo, e tem doido como fogo... Não me desmanchei em seu abraço, mas apenas acenei que estava tudo bem. Uma grande mentira. Sei que hei de ter pesadelos com aquele olhar ainda por muitos dias... 

E eu só queria esquecer, fingir que não conheci aquele lado frio dele. Mas isso é culpa minha, que em minha mente distorcida concebi um homem perfeito que nunca existiu... 

Queria dizer com mais detalhes o que sinto nesse momento, mas creio que tenha ficado tão abalado que não conseguiria expressar em palavras esses sentimentos. Posso apenas balbuciar o medo que senti a fitar aquele olhar assassino e aquela voz cortante no corpo do meu amado.

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